Os bons sinais de Corinthians e Flamengo no empate em Itaquera

O Flamengo jogou melhor por mais minutos. Foi nitidamente mais confiante e organizado coletivamente depois de uma semana de trabalho de Mário Jorge. O Corinthians teve força mental e poder de reação no segundo jogo com Mano Menezes, e apresentou uma linha defensiva muito bem postada.

Escalações

Mano Menezes fez duas mexidas em relação ao time que perdeu para o Fortaleza na última terça-feira. Fágner e Ángel Romero perderam espaço. Bruno Méndez e Wesley foram titulares. Já o interino Mário Jorge repetiu a equipe que bateu o Bahia na última rodada. Arrascaeta evoluiu fisicamente e iniciou no banco.

O jogo

O Corinthians bem que tentou subir a marcação e inibir o controle do Flamengo nos primeiros minutos, mas o domínio de grande parte da 1ª etapa foi do time carioca. Estruturados em uma saída de três com Thiago Maia entre os zagueiros e os laterais espetados, bem abertos no campo de ataque, os visitantes foram encontrando as linhas de passe e se instalando na intermediária ofensiva.

Thiago atraía a pressão de Yuri Alberto ou Renato Augusto, e liberava um dos zagueiros para avançar com a bola em liberdade. Quase sempre este homem era Fabrício Bruno, que encaixou bons passes para Everton Ribeiro, sempre às costas de Maycon, dar ritmo à articulação rubro-negra.

Gérson também se destacou. Fez boas jogadas de aproximação com Ayrton Lucas e Bruno Henrique pela esquerda. Pulgar buscou o mesmo, mas com menos frequência, ao lado de Wesley e Everton Ribeiro pela direita. Pedro, mais concentrado que em jogos recentes, ofereceu alguns bons pivôs.

Faltou ao Flamengo mecanismos mais agressivos perto da área, gerar desequilíbrios na última linha corintiana, arriscar. A proteção de área do Timão, por sua vez, esteve impecável antes do intervalo. Gil e Lucas Veríssimo impediram que mais jogadas de perigo fossem produzidas pelo adversário. Cássio foi mais uma vez seguro. Fágner substituiu o lesionado Bruno Méndez aos 22' e manteve o nível.

Com a bola nos pés de Everton Ribeiro e companhia, restou ao Corinthians passar mais tempo explorando contra-ataques. Wesley e Yuri Alberto foram bastante acionados em passes longos após a roubada de bola no campo de defesa, mas os defensores rubro-negros estiveram ligados nas coberturas.

Nos poucos momentos em que entrou em fase ofensiva, o alvinegro contou com Renato Augusto e Maycon tentando boas tramas pela meia esquerda, mas pouco para gerar perigo real a Rossi. Mano sacou Renato no intervalo para a entrada de Giuliano. Nada mudou no cenário do jogo. A não ser o placar.

Thiago Maia, um dos destaques do time na saída de bola e nas pressões pós-perda no campo de ataque, roubou mais uma na intermediária rival e iniciou a jogada que terminou no lindo gol de Gérson. Justo com o time que jogava mais e com o melhor atleta em campo.

Mano mexeu nas pontas. Sacou Wesley e Matias Rojas, pôs Romero e o jovem Pedro. No Flamengo, Arrascaeta e Gabigol foram a campo nas vagas de Gérson e Pedro. Um comparativo quase covarde nas opções dispníveis como suplentes. Mesmo assim o Timão ganhou agressividade e passou a pressionar.

De quebra, o Flamengo reduziu demais o ritmo com e sem a bola. Arrascaeta e Gabriel demoraram a ''entrar no jogo''. A saída de Thiago Maia, visivelmente cansado, também foi prejudicial. O time perdeu poder de marcação com Victor Hugo em seu lugar.

Na base do ímpeto, do apoio da torcida, e com a área mais ocupada após a entrada de Felipe Augusto, o Corinthians chegou ao empate com Fábio Santos de pênalti no ''abafa''. O jogo ficou totalmente aberto na sequência e as duas equipes tiveram boas ocasiões para vencer, mas erraram decisões e na parte técnica, mantendo o placar em igualdade.