Os 5 fatores que mostram o dedo de Tite no bom começo de 2024 do Flamengo

Não é só a tabela de classificação do Campeonato Carioca que aponta. O torcedor que acompanha os jogos do Flamengo também consegue perceber evoluções em relação ao time que encerrou a temporada passada. Quarenta dias após a estreia em 2024, o rubro-negro já apresenta características que podem ser considerados resultados do trabalho de Tite. Eles vão desde a defesa até o ataque.

Isso não significa que o time atingiu o ponto ideal. Vale lembrar que o Flamengo até agora só disputa o Campeonato Carioca, onde a maioria dos jogos são contra equipes de séries inferiores do Brasileiro ou sem nenhuma divisão nacional. Mas seu valor é justamente o de permitir que a comissão técnica faça testes e desenvolva recursos para a disputa dos torneios mais importantes, que começam em abril.

Confira, abaixo, aqueles que já podem ser considerados "dedos" de Tite no Flamengo de 2024.

Solidez defensiva

A campanha do sistema defensivo do Flamengo em 2024 impressiona até aqui. Sob o comando de Tite, o time ainda não sofreu gols em jogos oficiais. Passou intacto não só diante dos rivais mais frágeis, mas também nos clássicos contra Vasco, Botafogo e Fluminense. Uma diferença grande em relação aos 12 jogos do ano passado com o treinador, quando a equipe sofreu 11 gols.

Esta evolução passa pela manutenção da boa fase de Fabrício Bruno e Léo Pereira, pela participação dos laterais Varela e Ayrton Lucas e pela segurança do goleiro Rossi quando exigido (como a cobrança de falta de Arias no clássico deste domingo). Taticamente, a compactação das linhas defensivas ajuda a deixar os adversários sem espaço para avançar.

O resultado é uma média de finalizações sofridas pelo Flamengo em 2024 de 6,75 por partida. Nos 12 compromissos com Tite no ano passado, esta marca foi de 11,6.

Marcação alta

Este sucesso, na verdade, começa na frente. O Flamengo de 2024 vem se consolidando como um time que não deixa os adversários confortáveis para jogar já na saída de bola. Isso pôde ser visto no primeiro tempo do clássico contra o Fluminense, neste domingo. Se o ataque rubro-negro não funcionou nos 45 minutos iniciais, os tricolores também sofreram para iniciar suas jogadas.

Esta tipo de pressão, que também deixa o time já mais perto da área rival quando rouba a bola, não é uma novidade na história recente do clube. Mas se perdeu no confuso 2023 da equipe, que foi comandada por três treinadores e não conseguiu apresentar um futebol regular.

Esquema com dois pontas e um centroavante

Devido às características do elenco formado a partir de 2019, jogar com dois pontas vinha sendo uma dificuldade constante para o Flamengo. Não faltaram tentativas, mas elas sempre esbarravam no fato de que o time rendia melhor com atacantes mais móveis - seja os de lado, seja os mais centrais.

Pois foi com a trinca de ataque que Tite encontrou a melhor forma de fazer o Flamengo atacar. A formação que pode ser considerada titular é formada por Luiz Araújo na direita, Cebolinha na esquerda e Pedro no centro. O centroavante vive grande início de temporada, com nove gols em nove jogos, sendo sete oficiais.

O elenco ainda conta com Bruno Henrique, que tem entrado dos dois lados, e Gabigol. Este último, contudo, é o porém. O camisa 10, que já havia tido um 2023 abaixo do esperado, segue com dificuldade para se encaixar no time. E o esquema não lhe ajuda, já que ele se sente mais à vontade num 4-4-2. Tite, por sua vez, também não encontra uma forma de fazê-lo atuar ao lado de Pedro.

Ataque frenético

A força do ataque rubro-negro não se resume ao trio de atacantes. A forma como o time ocupa a área do adversário, normalmente com cinco jogadores de um lado ao outro do campo no terço final (estilo que Tite já implantava na seleção), tem feito do setor ofensivo um terror dos adversários. O Flamengo se tornou, em 2024, um time que finaliza muito mais.

Nos oito jogos oficiais com Tite, o Flamengo tem média de 19,5 conclusões por jogo. É quase o dobro da marca nos 12 compromissos com o técnico no ano passado: 11,6.

A 'descoberta' de Varela

Individualmente, pode-se dizer que o grande feito de Tite foi encaixar Varela na equipe. No elenco desde 2022, o uruguaio parecia com sua saída decretada no ano passado, quando não encontrou espaço e ainda se envolveu numa briga com Gerson. Mas permaneceu e ganhou um voto de confiança de Tite.

O treinador encontrou no lateral-direito uma opção de equilíbrio, que tanto defende bem quanto dá opção na frente. Aparentemente, resolveu um problema do setor sem precisar contratar.

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Fonte: Extra