
Conseguir a liberação do Comitê Rio 2016 não foi fácil,
fazer a operação da final do Carioca no Maracanã será difícil. Ao assumir, em
conjunto com Vasco e Botafogo, a missão de organizar os dois jogos que apontarão
o campeão estadual de 2016, a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro
(Ferj) teve de lidar com uma nova realidade: a ausência da administradora do
Maracanã. Colocar o estádio habilitado a receber um público estimado em 50 mil
pessoas, ao menos no primeiro confronto, neste domingo, exigiu a busca de
empresas terceirizadas e receio quanto ao custo. Estimativas apontam
que cada confronto terá despesas de R$ 800 mil, a ser abatida da renda.
Desde o show do Coldplay, realizado em 10 de abril, o
Consórcio Maracanã entregou o controle do estádio à organização dos Jogos
Olímpicos. O processo de redução do quadro de funcionários da empresa, que
ganhou licitação para administrar o local, iniciado no começo do ano, foi
completado. Além disso, itens, de propriedade dela, foram recolhidos. Móveis e
telefones, por exemplo. O que ficou, estipulado no acordo com o governo do
Estado, são os chamados “bens reversíveis”, como os telões e as cadeiras.

Mas e as questões do material e do pessoal para operar uma partida? Na
época do consórcio, isso já era terceirizado. Desde as grades para ordenar a
entrada do público nas catracas, assim como os orientadores e seguranças. O
custo de um jogo de grande porte, como o de domingo, na operação do consórcio, era
em média de R$ 750 mil.
A Ferj, então, ao assumir, adotou a estratégia de reduzir
despesas. Procurou empresas especializadas. Fechou a operação do confronto com
a Binarios. A venda de ingressos é de responsabilidade dos clubes, que
acordaram com a BWA. E a CSM irá gerenciar os camarotes.
- As empresas são praticamente as mesmas que já vinham
operando no Maracanã, quando administrado pelo consórcio. Algumas saíram para
que os custos fossem reduzidos. A planilha de custos está em fase final de
fechamento e estamos empenhados em oferecer o maior benefício pelo menor custo.
Os custos fazem parte das despesas da partida – diz comunicado da Ferj, enviado
ao GloboEsporte.com, que ainda elogiou os esforços do prefeito Eduardo Paes e
de e de Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, em conseguir a liberação do
estádio, que não recebeu nenhum jogo de futebol em 2016.

Algumas mudanças foram realizadas. A venda online, que demanda
gastos com servidores e seguro com cartão de crédito, não foi disponibilizada.
Só se compra com dinheiro. Os lugares dos diferentes setores não serão
numerados, o que diminuiu a necessidade de orientadores. Tudo para reduzir
despesas. Também não haveria comercialização
de ingressos nas bilheterias do estádio no dia do jogo, mas de última hora resolveram continuar as vendas até o intervalo da partida.
Na comparação com a final do ano passado, o preço dos ingressos
teve pequeno aumento. Variavam entre R$ 60 e R$ 120. Agora, o menor foi
mantido, mas o maior subiu a R$ 145. De acordo com os balanços, o custo
operacional teve valor igual nos dois jogos de 2015: R$ 311.070,00. O que varia
é o item “aluguel do estádio”: R$ 334.177,03 no primeiro, R$ 563.266,51 no
segundo.
A renda, descontadas as despesas, segue o rito normal do Estadual.
O vencedor leva 60%, o perdedor 40%. Em caso de empate, 50% para cada. Até o fim das vendas de sexta-feira, foram vendidos 22.844 ingressos, número abaixo das expectativas.
O confronto entre Botafogo e Vasco, neste domingo, às 16h (de Brasília), será o primeiro jogo deste ano disputado no Maracanã. Durante o Campeonato Carioca, as duas equipes mandaram suas partidas em São Januário, estádio do Cruz-Maltino. Flamengo e Fluminense tiveram que buscar outras opções.

ERRATA: diferentemente do que foi publicado, as bilheterias do estádio funcionarão normalmente neste domingo, dia da partida. A informação foi ao ar às 13h31 e foi corrigida às 16h08.