Olé! Flamengo vira sobre o Chelsea, impõe estilo e mostra que brasileiro pode dominar europeus

Em dezembro de 1981, o Flamengo “botou os ingleses na roda” e foi campeão do mundo. Em 2019, reencontrou o Liverpool, jogou de igual para igual, mas perdeu. Em 2025, na primeira Copa do Mundo de Clubes, foi superior ao Chelsea na maior parte do tempo, sofreu um gol em falha de Wesley, mas teve calma e personalidade para virar a partida pela segunda rodada do Grupo D: 3 a 1. Bruno Henrique, Danilo e Wallace Yan marcaram. Pedro Neto descontou.

O jogo terminou sob gritos de “olé” no Lincoln Financial Field e pedidos de “mais um” da torcida em êxtase. Mais de 54 mil pessoas lotaram o estádio e testemunharam uma reação apoteótica. Ainda antes do apito final, torcedores do Chelsea já deixavam as arquibancadas, incrédulos com o que viam. O Flamengo mostrou ao mundo que é possível vencer um gigante europeu jogando melhor do início ao fim — e se tornou o primeiro clube brasileiro a conseguir isso, após a vitória do Botafogo sobre o PSG em um estilo mais defensivo, jogando em transição.

Como prometido, o Flamengo não abriu mão de sua identidade. Ao longo dos últimos anos, o clube carioca tem sobrado na América do Sul e buscado protagonismo internacional, e para isso mantém a forma de jogar com Filipe Luís. O problema é que quando o adversário é forte fica claro que falta evoluir em dois pontos além de ficar com a bola: defender bem em velocidade e transformar o maior domínio em chances e gols.

Foi o que aconteceu no segundo tempo, quando o treinador mexeu no time, lançou Bruno Henrique no lugar de Arrascaeta, e viu Gerson crescer de produção, com jogadas e passes precisos. O Flamengo sobrou fisicamente e encaminha a classificação às oitavas de final, com seis pontos, agora líder do grupo D. Na próxima terça-feira, em Orlando, o Flamengo encara o Los Angeles FC, pela rodada final.

Gerson cresce e o time volta melhor

O lance sintomático que gerou minutos de crise de identidade do Flamengo foi em falha de Wesley, que proporcionou o gol inglês. O Flamengo estava no ataque em uma bola parada que deu rebote. Após chutão da defesa, o lateral era o último homem e tentou cortar, mas Pedro Neto interceptou e foi até o gol, livre. Eram 13 minutos e o Flamengo já dominava. Só que acabou sofrendo o baque e foi obrigado a se reinventar na partida.

Filipe Luís começou o jogo com mudanças em relação a estreia- trocou Pedro por Plata, Varela por Wesley e Léo Ortiz por Danilo - e viu o Flamengo se desencontrar defensivamente aos poucos. Diante de um forte calor na Filadélfia e de um estádio repleto de rubro-negros, o Chelsea respeitou o time brasileiro, mas se armou para uma saída em velocidade. E não se preocupou em ficar tanto com a bola.

Se a posse era do Flamengo, o problema era o que fazer com ela. O trio de meias formado por Jorginho, Arrascaeta e Gerson teve dificuldade no primeiro tempo. Plata estava fora de jogo, pois a bola não chegava. Depois do gol de Pedro Neto, o Flamengo sofreu. Não tinha tanta energia para marcar nem para criar. E taticamente era superado.

No segundo tempo, a parte física pesou. E o Flamengo sobrou. Mais uma vez, manteve a posse, tentou trocar passes, e neste momento a qualidade sobressaiu. Gerson deu uma fatiada para a chegada de Plata na segunda trave. O atacante tocou de cabeça e Bruno Henrique chegou para completar. Ainda houve tempo para mais um. E gol de “cria”. Wallace Yan foi a campo na vaga de Gerson e fez o terceiro, quando o Chelsea já estava sem forças para reagir.

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Fonte: O Globo
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