A Copa do Brasil deste ano será decidida entre duas equipes com uma rivalidade interestadual histórica . Flamengo e Atlético MG disputam a final nos dias 3 e 10 de novembro. Esta não será a primeira vez que os dois se enfrentam, em 2024. Na última e única vez em que o confronto aconteceu, até o momento, os rubro-negros levaram a melhor. No entanto, muita coisa aconteceu desde então e as equipes duelam pelo título em contextos bem diferentes.
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Na ocasião, o clube carioca conseguiu uma imponente vitória, por 4 a 2, em plena Arena MRV. No que foi a primeira partida entre eles, o time comandado por Tite à época foi soberano, mesmo fora de seus comandos. O resultado positivo, junto à grande atuação, consolidavam o auge do trabalho do treinador no clube. O Flamengo conseguia se manter forte na liderança do Campeonato Brasileiro, diante do período de Copa América, em que demonstrou força mesmo com diversos desfalques.
Mudança de contexto no comando técnico
Se no Ninho do Urubu o clima era de muita confiança, na Cidade do Galo Milito passava pelo momento de maior instabilidade no comando do alvinegro. O argentino, diferente de Tite, sofria muito com as ausências de importantes nomes do elenco, como Guilherme Arana e Alan Franco, ambos convocados pelas suas respectivas seleções.
O tempo passou, e com ele a Copa América foi finalizada. Se reencontrando aos poucos, o comandante do Atlético conseguiu ganhar mais tranquilidade no cargo. No entanto, o trabalho só voltou de vez aos trilhos na vitória de 2 a 0 sobre o Fluminense, que garantiu a classificação à semifinal da Libertadores.
O relógio para Tite não foi tão amigo assim. Após o fim da competição sul-americana de seleções, praticamente tudo desandou para o treinador. As muitas lesões, queda de rendimento e eliminação inesperada para o Peñarol-URU nas quartas da Libertadores, fizeram com que o técnico fosse demitido, há menos de um mês.
Para o seu lugar, o Flamengo apostou em um nome muito conhecido e que já estava dentro das dependências do clube. Filipe Luís, antes comandante do sub-17 e sub-20, foi acionado para tentar dar uma chacoalhada no vestiário. Para além das atuações que animaram os torcedores, sua primeira missão à frente da equipe foi concluída: se classificar para a final da Copa do Brasil. O embate com Milito, de dois treinadores ofensivos, promete muito para grande decisão.
Sai um artilheiro e entra outro
O coletivo do rubro-negro foi decaindo, conforme o andamento do ano. Apesar do problema geral, a involução do time casou com a lesão grave de Pedro. O atacante rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, em setembro, durante treino da seleção brasileira. Com o plano tático todo voltado para o artilheiro, Tite teve muitas dificuldades de encontrar soluções para o desfalque de peso.
Filipe trouxe com ele mudanças do plano de jogo para o Flamengo, adaptado à falta de centroavante de referência no elenco. Mesmo obtendo uma melhora, o ex-lateral esquerdo ainda não conseguiu colocar seus dois atacantes titulares do momento, Bruno Henrique e Gabigol, sequer próximos dos parâmetros estabelecidos por Pedro.
Enquanto a equipe carioca perdeu o grande goleador em momento crucial da temporada, o Atlético-MG reforçou-se com o retorno de seu artilheiro e craque Hulk. O camisa 7 passou por um problema muscular na panturrilha direita, que o tirou de atividade por cerca de um mês. O craque demorou um pouco para retomar o ritmo de jogo, mas depois que chegou lá, deslanchou de vez e voltou a ser muito decisivo.
Nas últimas seis partidas, o atacante foi responsável direto por sete gols, tendo marcado quatro e dado três assistências. Se o alvinegro está na final da Copa do Brasil, muito disso deve-se a Hulk. Ele "tirou o coelho da cartola", ao marcar o golaço de empate sobre o Vasco que garantiu o Atlético na final da Copa do Brasil.
Apesar de não faltar muito para a decisão, as situações das equipes ainda pode mudar, principalmente no Flamengo. Com apenas quatro jogos sob comando da equipe, Filipe Luís ainda deve implementar muitas ideias novas no período. Para Milito, a missão é dar continuidade ao trabalho que já estava sendo feito. E para isso, o argentino conta com o jogador mais decisivo do futebol brasileiro, neste momento, algo que o treinador do rubro-negro ainda precisa encontrar.