O departamento de futebol do Flamengo chegou a uma conclusão clara: o elenco precisa de reforços urgentes para o segundo semestre. A avaliação interna aponta a necessidade de contratar dois pontas e um meio-campista, especialmente após o desempenho no jogo contra o Deportivo Táchira, pela Libertadores, que voltou a escancarar dificuldades do time diante de defesas bem postadas.
Mesmo com a vitória por 1 a 0, o confronto evidenciou a carência de jogadores com poder de decisão, um contraste marcante em relação ao time de 2019, considerado até hoje o modelo ideal. Atualmente, Bruno Henrique e Arrascaeta não têm o mesmo impacto de temporadas anteriores, Pedro ainda busca o ritmo ideal após longo período de inatividade, e Gonzalo Plata, considerado o mais promissor entre os pontas, está fora por lesão. Com isso, coube aos zagueiros, mais uma vez, resolverem o placar.
As duas vitórias no Maracanã pela fase de grupos da Libertadores nasceram de bolas paradas: Léo Ortiz marcou contra a LDU, enquanto Léo Pereira decidiu diante do Táchira. Ambos os gols vieram de assistências de Luiz Araújo, um dos poucos que se destacaram recentemente e que, por muito tempo, foi reserva, mesmo com suas qualidades.
O bom momento de Luiz Araújo, que soma um gol e duas assistências nas últimas partidas da Libertadores, contrasta com a dificuldade de Everton Cebolinha e Michael, pontas que atuam pela esquerda, mas que não têm conseguido se sobressair. O camisa 7 só voltou ao time titular porque Gerson teve que ser deslocado de posição em razão das lesões de Allan, Pulgar e De La Cruz.
Com base nesse cenário, a busca por reforços ganhou urgência. O perfil ideal dos novos pontas já está traçado: jogadores que consigam pressionar os defensores, sejam eficientes contra defesas fechadas, tenham habilidade no drible curto, possam atuar por dentro e, acima de tudo, que criem espaços com movimentação inteligente.
A inspiração da diretoria passa por nomes como Lamine Yamal, jovem talento do Barcelona, e Ousmane Dembélé, que disputará a final da Liga dos Campeões pelo PSG. É claro que a expectativa é encontrar jogadores com características semelhantes, mas em um nível técnico mais acessível ao orçamento rubro-negro, ou seja, versões “mais baratas” desses craques.
Esse será o primeiro grande teste de José Boto no comando do departamento de futebol do Flamengo. Se na janela anterior a verba era limitada, e o clube trouxe apenas Juninho, agora o orçamento será mais robusto. Resta saber se o dirigente conseguirá transformar essa oportunidade em reforços à altura dos desafios que o time terá na temporada.