O Flamengo é um clube partido

Quando o Flamengo da dupla Marcos Braz e Rodolfo Landim acertou a contratação de Tite, em outubro do ano passado, para que ele assumisse o posto vago com a demissão do argentino Jorge Sampaoli, não imaginava que o técnico da seleção nas duas últimas Copas do Mundo construísse um time encantador. Simplesmente porque este nunca foi o forte dele. O objetivo da cúpula rubro-negra era ter um técnico que transmitisse a certeza de que Landim e seus pares chegariam ao final do mandato vitoriosos da forma como começaram, em 2019.

O problema é que da teoria à prática há o futebol no meio. O planejamento desastroso foi potencializado por seguidas contusões. Tite teve dificuldades para demonstrar empatia com a torcida, os jogadores não se afinaram às ideias dele e mais da metade dos dirigentes que sustentavam o bloco político de Landim debandou da gestão assim que o presidente declarou apoio à candidatura de seu vice jurídico, Rodrigo Dunschee. Pior: a banda que fez ruir a gestão se associou à candidatura de Luiz Eduardo Baptista, o BAP, ex-aliado de Rodolfo Landim, desafeto de Marcos Braz.

Moral da história: dividido em sua política interna e alquebrado em campo, o Flamengo se despediu ontem de seu mais ambicioso projeto para 2024. E não vale a pena analisar a atuação do time neste 0 a 0 com Peñarol, em Montevidéu, que o eliminou na Libertadores. Foi mais do mesmo, com posse de bola, sem eficácia no terço final. Conjunto sem um ritmo afinado tentando vencer um oponente limitado, mas ensaiado para não deixar o outro jogar. É hora de lamber as feridas e tentar amenizar o impacto dessa queda na Libertadores. Como? Lutando por vitórias na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro.

Semifinais da Libertadores

O Peñarol do uruguaio Diego Aguirre fará a semifinal da Libertadores contra o Botafogo do português Artur Jorge, que na véspera eliminou o São Paulo do argentino Luis Zubeldía, nos pênaltis, no Morumbis, após o 1 a 1 no tempo normal. O confronto remonta a final da extinta Copa Conmebol, em 1993, conquistada pelo Botafogo do então treinador Carlos Alberto Torres, o “capitão do tri”. Na outra perna, o Atlético-MG do também argentino Gabriel Milito, que eliminou o Fluminense na Arena MRV, medirá forças com o River Plate de Marcelo Gallardo. Pelo futebol que vem jogando, o Botafogo e River Plate levam o meu favoritismo nestes embates.

Fonte: Extra