O Corinthians apresentou oficialmente Fred Luz como CEO , cargo inédito na diretoria do clube.

O Diretor Executivo, que já trabalha há duas semanas no Parque São Jorge em reuniões para entender os detalhes da situação alvinegra, detalhou pontos importantes daquilo que planeja colocar em ação para comandar a reestruturação financeira no Timão.

Aos 70 anos, Fred Luz ocupava o cargo de Diretor-Gerente para Esportes e entretenimento na consultoria Alvarez & Marsal.

A contratação de um CEO no Corinthians atende a uma recomendação da Ernst & Young, que faz consultoria e planejamento estratégico ao clube.

Gastar pouco no futebol para ser sustentável no longo prazo

“Se você não tem para gastar, tem que buscar ser criativo para conquistar o objetivo. Qual o propósito? Onde o Corinthians deveria estar? Qual é a capacidade de geração de receita do Corinthians? Corinthians é para ser top do top. Esse é o lugar do Corinthians. Se eu vou eventualmente comprometer um ano, um resultado esportivo, ou dois anos, para ser realmente o top do top de uma forma sólida e sustentável, por que não vou querer isso? Por que não vou buscar isso? Por que vou abdicar dessa possibilidade”, disse Luz.

“Posso ser campeão em um ano e no outro estar quebrado. É uma decisão política. Eu, Fred, isoladamente, acredito nisso. Porque aqui tem o potencial. Não acho que esse caminho tenha que ser tão longo quanto foi lá. A defasagem é menor. Vamos ter que buscar com inteligência tirar leite de pedra e é possível. Porque futebol, por outro lado, não é ciência exata”.

“Eventualmente, com orçamento não tão grande no futebol, a gente pode conquistar resultado. Isso é possível, não é provável. Mas não tenho dúvida que é certo que o Corinthians tem que estar no top do futebol brasileiro. A questão é a gente escolher o caminho. Quando a gente passa a realidade a todo mundo, as pessoas se juntam mais, se sentem mais fortes e até o resultado esportivo melhora”.

“O Flamengo realmente não foi campeão nada naqueles seis anos, mas deixou de brigar para não cair, que era o que acontecia no primeiro mandato, para disputar campeonato de uma forma consistente. Demorou quatro, cinco anos para isso. Aqui não precisa desse tempo todo. Mas esse ano vai ser duro mesmo. Vamos trabalhar para ver se ano que vem estaremos mais organizados e com mais disponibilidade para o futebol e disputar à altura."

Zona de rebaixamento e escolha de novo treinador

“O que ouvi é que o elenco que temos é melhor do que a colocação que nós estamos. Estamos sem técnico. Precisamos de um técnico. E precisamos de composições pontuais no elenco. O departamento de futebol está trabalhando pesado nisso. Vamos fazer de tudo para chegar ao fim do ano em uma posição honrosa no Brasileirão”.

“A prioridade é total, fundamental para todos os planos o Corinthians seguir na Série A. Vamos fazer tudo para conseguir isso. Influência em escolha de técnico? Zero. Minha questão é muito mais entender o departamento de futebol qual o pensamento deles, vou registrando, porque gosto de consistência. Só isso, mais nada. Não vou dar palpite sobre quem é o melhor técnico, tem pessoas muito mais gabaritadas que eu para fazer isso”.

Posição do CEO na hierarquia do Corinthians

“O que combinei com o presidente é que todas as áreas do Corinthians se reportam a mim, e eu estou subordinado ao presidente. O presidente também tem pessoas próximas a ele, estatutários. Estamos montando uma organização que vamos chamar de comitês, que vão prestar contas de uma forma cotidiana ao presidente e seus pares. A decisão sempre vai vir deles. O que vai fazer. Não terei uma meta escolhida por mim. Posso até sugerir uma meta a esse conselho de estatutários, mas eles é que vão dizer se querem aquela meta ou não. Se quiserem, aí seremos incansáveis para cobrar todo mundo, sendo remunerado ou não, para entregar os objetivos. E nisso seremos rigorosos. Isso está combinado com o presidente”.

Realidade financeira e atrasos com elenco

“Temos que ser realistas e prometer só o que conseguimos cumprir. Isso tem um impacto enorme no que fazemos. Já tive experiências de elenco não tão bem remunerados, até com atraso, mas tendo uma visibilidade e confiança no comprometimento com a direção do clube em cumprir o combinado. Perfeição não existe, mas existe combinar assuntos com clareza”.

“Tudo isso com acompanhamento de perto do que cada pessoa exerce. Às vezes a procura pelo resultado de curto prazo pode comprometer o médio e o longo prazo. O ótimo muitas vezes é inimigo do bom. Precisamos as vezes trazer o bom para depois conquistar o ótimo”.

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