Qual será a nova tendência do futebol brasileiro?
O ano de 2019 representou uma verdadeira revolução no futebol brasileiro. Essa revolução tem nome e sobrenome: Jorge Jesus. O time do Flamengo de 2019 não foi apenas multicampeão, mas também encantou todo o país com um futebol bem jogado e bem trabalhado. Um verdadeiro respiro de inovação por aqui.
É claro que isso gerou um movimento em outros clubes Brasil afora. A chega de Jorge Jesus no Flamengo e de Jorge Sampaoli no Santos (e o consequente futebol bem jogado das duas equipes) fez com que a tendência para o ano de 2020 fosse ir atrás de treinadores estrangeiros. O Internacional contratou o argentino Eduardo Coudet, que durou tempo suficiente para mostrar um bom trabalho. Já o Palmeiras trouxe Abel Ferreira e fez com que o time melhorasse significativamente da metade da temporada para frente. O próprio Sampaoli migrou para o Atlético Mineiro, que por sua vez trouxe Jesualdo Ferreira – que acabou não durando muito.
E toda essa movimentação nos leva a um questionamento: Qual será a nova tendência do futebol brasileiro? Lembremos que, no ano de 2018, o sucesso de Felipão no Palmeiras também gerou uma certa tendência dos clubes de contarem com técnicos “medalhões”, mas acabou não dando certo para todos.
No ano anterior, os títulos que Fábio Carille trouxe para o Corinthians fez com que muitos times efetivassem seus técnicos auxiliares, o que acabou trazendo uma nova safra de treinadores brasileiros.
A permanência dos estrangeiros
A partir dessas constatações, podemos fazer um exercício de mirar para o futuro olhando para o passado. Para isso, temos que levar em consideração o que tem ocorrido nessa temporada de 2020/2021 do futebol brasileiro.
A primeira possível tendência é a permanência dos técnicos estrangeiros por aqui. Ao contrário do que muitas pessoas dizem, isso não deve ser apenas “uma moda”. A verdade é que o Flamengo de Jorge Jesus foi um time inspirador. Jorge Sampaoli já está em seu segundo ótimo trabalho no Brasil e Abel Ferreira, mesmo que com pouco tempo, já conseguiu resultados extraordinários com o Palmeiras.
Isso pode ser algo bastante positivo para o futebol brasileiro como um todo. Tomemos como exemplo a Premier League, constantemente considerado a maior liga do mundo. Hoje, a liga conta com 9 treinadores vindos de outros países, em 20 equipes que disputam a liga. Essa abertura britânica a treinadores estrangeiros é apontada como um dos fatores do grande sucesso dos times e do bom futebol apresentado por eles.
O desabrochar da nova safra
Outra tendência que vem se desenhando aos poucos e que pode se tornar uma realidade é o sucesso de uma nova geração de técnicos brasileiros. É o que podemos chamar de possíveis “futuros medalhões”. Nessa lista podemos incluir Fernando Diniz e Rogério Ceni que, entre altos e baixos, apresentam ideias inovadoras dentro do futebol brasileiro. Ceni, inclusive, foi considerado uma aposta menos arriscada do que seu antecessor, o espanhol Domenèc Torrent.
É claro que ainda falta uma coisa importante para essa nova safra: títulos. E enquanto eles ainda não vêm, a pressão continua sendo grande. Mas essa é uma característica do futebol brasileiro e dificilmente deixará de ser. Treinar times grandes como o São Paulo e o Flamengo não é para qualquer um. É necessário ter algo de especial para fazer sucesso nesses times.
O futebol é um esporte que possui um universo muito próprio. Além de possuir suas próprias expressões, de ter programas de televisão totalmente dedicados a ele e de contar com centenas (ou até milhares) de pessoas que trabalham em função desse universo, há também uma grande paixão envolvida. Todos querem vencer, todos querem ser os maiores campeões.
É também por essa razão que a busca por renovação do modelo de jogo e até mesmo da gestão, sobretudo nos grandes clubes, ocorre constantemente. Não há como ter certeza absoluta de qual será a grande busca dos clubes para a próxima temporada, mas uma coisa é certa: seja lá qual for essa busca, ela virá sempre pensando nos títulos, sobretudo em clubes acostumados a vencer como o Flamengo, mas também em seus maiores rivais, tanto em nível estadual quanto nacional.
Powered by Froala Editor
