No Fla, Rueda e Berrío fazem duelo que a tragédia evitou

Em 29 de novembro do ano passado, o avião que levava a Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana caiu a poucos quilômetros do aeroporto de Medellín e deixou 71 mortos. O time brasileiro enfrentaria o Atlético Nacional, da Colômbia. Nesta quarta-feira, pela mesma competição, dois personagens importantes daquele time de Medellín estarão na Arena Condá: o técnico Reinaldo Rueda e o atacante Berrío. Agora no Flamengo, eles enfrentarão, a partir das 19h15m, a Chapecoense — declarada campeã da Sul-Americana de 2016.

— Foi um acontecimento que marcou a todos nós. Chapecó trará sempre essa recordação de algo que não queria viver. Pelo Atlético Nacional, tínhamos viajado umas seis vezes com essa mesma tripulação, neste mesmo avião. Parecia mentira — lembrou Rueda. — Foi um golpe muito duro.

Em 2017, Rueda se reencontrou com a Chapecoense duas vezes: uma derrota por 2 a 1 fora de casa e uma goleada de 4 a 1, com direito a título colombiano. À época, Berrío já havia sido negociado com o Flamengo e não esteve nos confrontos. Pelo rubro-negro, ele enfrentou o time catarinense em maio, mas será sua primeira partida em Chapecó após a tragédia.

— O pensamento é de que há quase um ano poderia vir aqui jogar uma final. Vou dar o máximo para mostrar o que não foi possível — disse o jogador. — Tomamos a Copa Sul-Americana como grande responsabilidade e objetivo. É um torneio internacional e queremos fazer história.

A possibilidade de Alan Ruschel ser titular dá ainda mais contornos históricos à noite. Um dos três jogadores sobreviventes, ele atuou contra Barcelona, da Espanha, e Lyon, da França, em amistosos, e terá a oportunidade de voltar a jogar uma partida oficial. Substituto de Vinícius Eutropio, o interino Emerson Cris testou o lateral de origem no meio-campo.

THIAGO OU MURALHA

Confronto histórico à parte, o segundo jogo da final da Copa do Brasil não sai da cabeça de Rueda mesmo quando a partida é válida pelas oitavas de final da Sul-Americana. Como não pode usar Diego Alves contra o Cruzeiro, a ordem é dar ritmo de jogo aos reservas Thiago e Muralha.

— Não é uma questão só para torcida, mas para mim também. No futebol, é preciso continuidade, e para goleiro é mais difícil — justificou Rueda. — Temos essa decisão para tomar. Thiago e Muralha passaram por momentos difíceis, e a tendência é que nestas semanas um assuma. Os jogadores que hoje odiamos, amanhã abraçamos. O goleiro que hoje é criticado, amanhã pode pegar um pênalti.

Fonte: O Globo