Não é VAR ou necessariamente um juiz: o pior na arbitragem do futebol brasileiro é a falta de critério

Foi com a certeza de um Sherlock Holmes que surgiu a acusação: uma grande tramoia no Campeonato Brasileiro de 2023. O sistema não gostaria que determinado time fosse campeão. Parte da torcida deu apoio às palavras acusatórias. Afinal de contas, quem gosta de ser vítima de uma grande trapaça, de um grande esquemão organizado apenas para prejudicar algo ou alguém? A acusação de prejuízo intencional veio sem provas, como acontece na grande maioria das vezes.

As rodadas foram seguindo, uma atrás das outras, e quase tão recorrente quanto os gols marcados foram as variações do verbo “roubar”. Ditos das mais diferentes formas, pelas mais diferentes bocas, mas sempre em tom de revolta. Mudam-se as camisas, passam os anos e muita coisa segue igual no futebol brasileiro. É verdade que as temporadas mais recentes viram alguns erros surreais diminuírem, crédito da presença do auxílio tecnológico para a arbitragem, mas decisões quase que absolutamente questionáveis seguem tão presentes quanto sempre.

Em comum, a alternância de clubes prejudicados/beneficiados. Na maioria das vezes, funciona como uma roleta russa. Apesar da tentação de acreditar em teorias de conspiração, a verdade é que a impressão passada, especialmente em jogos dos campeonatos brasileiros, é de que nem mesmo os árbitros estão sabendo o que fazer. E é aí, e não especificamente no VAR ou nos Daroncos/Claus/Wiltons/Edinas da vida, que mora o grande problema. Um problema que, se ainda não te irritou, pode apostar, vai te irritar: a falta de critério.

Fonte: Goal.com