Missão Quito: médico do Flamengo detalha bastidores da preparação para duelo na altitude

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Diretamente do Equador, o Flamengo divulgou nesta segunda-feira (22) falas do médico Fernando Sassaki, integrante do Departamento Médico do clube, trazendo informações valiosas sobre os cuidados tomados para o confronto contra a LDU, pela fase de grupos da Libertadores.

Diferente da estratégia utilizada em 2024, quando Tite comandava a equipe, o Rubro-Negro optou por antecipar a chegada à capital equatoriana. Ainda assim, segundo Sassaki, a antecipação não elimina os desafios causados pela altitude de Quito, situada a cerca de 2.850 metros acima do nível do mar.

"A questão da altitude. O tempo de adaptação é longo, cerca de duas semanas. Não é compatível com o calendário brasileiro. O fato da gente chegar dois dias antes é mais por uma questão logística. Chegar no hotel, se alimentar, descansar, fazer um treino e ir para o jogo no dia seguinte", inicia.

Apesar disso, o médico destacou que, até o momento, nenhum jogador apresentou sintomas relacionados à altitude. Como parte do plano, até a alimentação dos atletas foi cuidadosamente adaptada, em parceria com o chefe de cozinha do clube, para auxiliar na aclimatação.

"Os atletas chegaram bem, se alimentaram bem, descansaram. Não tivemos nenhuma intercorrência com relação à altura. Talvez a comissão sinta algum desconforto ao subir lance de escada, mas nada atípico. Tudo ocorrendo conforme o planejado", explica.

"A alimentação em jogos de altitude deve ser leve. Aliado com nosso nutricionista Paulinho, programamos um cardápio junto com a cozinha de uma refeição mais leve, com proteínas leves, para que eles possam ter uma digestão adequada para o treino de hoje", comenta.

A estrutura também foi pensada com precisão: o Flamengo levou equipamentos do CT Ninho do Urubu para o Equador, a fim de oferecer o máximo de suporte à comissão técnica e aos atletas durante a estadia em Quito.

"Como o Flamengo acabou de sair de um jogo, no sábado, um clássico, com extremo desgaste, trouxemos toda a estrutura do Ninho para o Equador. Nosso aparelho de bioquímica, toda a estrutura da fisioterapia, para a gente poder controlar esse desgaste. Todos os atletas, agora, pela manhã, fizeram os testes bioquímicos. Não encontramos nenhum atleta com desgaste acentuado, e, portanto, vamos para o treino com esses atletas controlados", diz.

Sassaki também explicou as ausências da delegação. O volante Allan, por exemplo, ficou no Brasil por orientação médica. Com traços falcêmicos – condição já conhecida pela comissão –, o staff avaliou como mais seguro não levá-lo. Já Nicolás De La Cruz também não embarcou com o grupo após relatar dificuldades anteriores em atuar em locais de altitude elevada.

"O Allan tem o diagnóstico de traço falcêmico. Já teve uma intercorrência em uma viagem anterior. Após discutir o caso com o Doutor Luiz Macedo, fizemos a opção de preservar esse jogador", explica.

"Já o Nico, não se adapta bem a altura. Ele relata que ele tem uma dificuldade, um esforço respiratório acentuado. Respeitando essa queixa do atleta, tomamos a decisão de não o levar para esse jogo", finaliza.

Com toda essa logística pensada nos mínimos detalhes, o Flamengo se prepara para encarar um dos jogos mais desafiadores da fase de grupos, buscando minimizar os impactos físicos e obter um bom resultado fora de casa.

Fonte: S1Live