Aconteceu na tarde desta segunda-feira no Rio de Janeiro uma mega reunião na sede do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, no centro da cidade, para tratar do incêndio no Ninho do Urubu na última sexta-feira, que deixou um saldo de dez mortos e três feridos na base do Flamengo .

O procurador geral do MP do Rio, José Eduardo Gussem, foi quem deu a declaração mais forte após o encontro.

“O Ministério Público vai avaliar se há necessidade de interdição plena ou parcial do Ninho do Urubu. Essa avaliação dependerá da visita ao local na terça-feira, juntamente com outras informações recolhidas e uma nova reunião aqui na sexta-feira”, disse Gussem em entrevista coletiva.

A vistoria mencionada por ele será franqueada pelo Flamengo. Foi uma sugestão do clube rubro-negro levar ao Ninho do Urubu representantes das instituições que se encontraram nesta segunda-feira.

Estavam presentes membros do Corpo de Bombeiros, da Polícia Civil, da Defesa Civil, da Prefeitura do Rio de Janeiro, do Ministério do Trabalho e do Ministério Público Estadual.

O clube rubro-negro teme um grande prejuízo técnico e financeiro caso perca o direito de usar o Ninho do Urubu .

Depois houve uma rápida coletiva de imprensa com alguns desses representantes, mas muitas questões não foram esclarecidas. Por exemplo, por que não houve nenhuma ação a partir de visitas anteriores do MP ao Ninho do Urubu, quando foram constatadas irregularidades.

Também não foi esclarecido porque os órgãos públicos permitiram que no dia seguinte à tragédia o Flamengo usasse o Ninho do Urubu para os jogadores profissionais treinarem. Nesta segunda-feira, também houve atividade no local.

VEJA OS PRINCIPAIS DEPOIMENTOS

Rodrigo Landim, presidente do Flamengo Disse que haverá uma mediação com as famílias das vítimas para definir as indenizações, que o clube fará ajustes que forem necessários no CT. Também informou que o Flamengo convidou todos os presentes para irem ao Ninho do Urubu na terça, às 10h (de Brasília).

José Eduardo Gussem, procurador geral do MP do Rio Disse que o órgão avaliará se o CT do Flamengo será interditado de forma parcial ou plena. E que já ficou definida a suspensão do pernoite no alojamento do clube.

Rodrigo Pacheco, defensor público geral do Estado do Rio de Janeiro Afirmou que será formada uma câmara de conciliação para as famílias das vítimas discutirem as indenizações. Os familiares terão a liberdade de concordar ou buscar judicialmente, o que decidirem ser melhor. Também disse que o Flamengo tem a responsabilidade de ajudar as famílias independentemente de o clube ter ou não culpa.

Fábio Vitela, procurador do Ministério do Trabalho Pouco pode falar sobre as condições dadas aos jovens da base do Flamengo. Apenas prometeu apuração para analisar se tudo estava seguindo a lei e foi bastante questionado porque o MP do Rio não tomou providências a partir dos registros que o próprio órgão já tinha em mãos.