Após dois anos atuando no Al-Hilal, da Arábia Saudita, Michael está de volta ao Flamengo e já fala como jogador rubro-negro. Em coletiva realizada nesta sexta-feira, no Ninho do Urubu, o atacante expressou sua felicidade com o retorno ao clube e agradeceu o carinho da torcida. Contratado para um vínculo de quatro temporadas, ele reforça que a vontade de voltar ao Flamengo sempre esteve presente.
“Quero agradecer o carinho e a atenção de todos. Não foi fácil, mas conseguimos chegar a um acordo para que eu pudesse retornar e dar o meu melhor. Sempre fui muito querido aqui e tinha um desejo enorme de voltar ao Brasil, especialmente para esse clube. Quando saí em 2022, eu disse que não era um adeus, mas um até breve. Conversei com o Marcos Braz e sempre deixei claro que, se houvesse uma oportunidade de voltar, eu gostaria de ser notificado. O Flamengo é um clube que está sempre brigando por títulos, e é esse ambiente que me motiva”, declarou Michael.
Durante sua primeira passagem pelo Flamengo, Michael caiu nas graças da torcida, que brincava com uma paródia de uma frase de Gabigol: “Quando está feio, esquece”. Agora, o jogador retorna mais experiente, com novos títulos no currículo e a expectativa de agregar ainda mais à equipe.
“Estou mais velho, um pouco mais experiente, mas com a mesma vontade de ajudar. Desde que saí, tanto o Flamengo quanto eu ganhamos títulos, e agora volto tentando contribuir um pouco mais com o time. Essa é a grande diferença desta vez: venho com uma bagagem maior”, afirmou o atacante.
A coletiva também abordou a curiosidade sobre Neymar, ex-companheiro de Michael no Al-Hilal. Quando questionado sobre a possibilidade de convencer o craque a jogar no Flamengo, Michael preferiu não se comprometer, mas encheu o jogador de elogios.
“Tive a oportunidade de jogar com o Neymar, que é um ser humano incrível, além de um grande jogador. Ele sempre dava bons conselhos e foi um privilégio estar ao lado dele. Neymar é, sem dúvidas, um dos melhores, e torço muito para que ele se recupere”, comentou Michael.
O nome de Michael já foi publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF, o que o torna apto a estrear pelo Flamengo no próximo domingo, contra o Bragantino, pelo Campeonato Brasileiro. No entanto, sua participação dependerá de uma avaliação da comissão técnica.
“Estou pronto. Estava jogando, fui campeão da Supercopa da Arábia Saudita no último sábado. Agora, estou à disposição do treinador, e quem decide é ele. Estou aqui para ajudar da maneira que for necessária”, completou.
Michael retorna ao Flamengo aos 28 anos, após uma primeira passagem de sucesso entre 2020 e 2021, quando disputou 105 jogos, marcou 23 gols e conquistou seis títulos, incluindo o Campeonato Brasileiro e a Recopa Sul-Americana.
Confira as demais respostas de Michael em sua coletiva de apresentação:
Já falou com os companheiros?
- Ontem encontrei alguns funcionários, tomei café com eles e comi pão. Matei um pouco a saudade. Não tem algo novo. Eu lembrava de cada detalhe que tinha aqui, cada móvel. É como se eu já estivesse adaptado.
Escolha pelo número 30
- Vi aquele número e ninguém tinha ele. Eu não ia arrumar discussão. Quero vir, contribuir e ajudar. Número que me agradava e agradava ao clube.
Motivação na segunda passagem
- Chego mais experiente mentalmente, fisicamente. Amadureci muito rapidamente, tive que amadurecer. Lá não tinha privilégio de entender, tinha que falar espanhol, português, inglês. Por mais que eu não entendesse nenhum dos idiomas. Sou um cara mentalmente diferente, mais acostumado a lidar com pressão do que antes. Fisicamente acho que estou no meu melhor momento. Pude jogar sem lesões, pude contribuir. Acho que joguei 57 jogos dando o meu melhor. Não era fácil jogar num time com grandes estrelas, e eu jogava. Se eu não estivesse no meu melhor momento, não jogava.
Aumento salarial
- Um dia eu conto. O amor, o carinho. A minha filha lá era mais artista que eu, tirava mais foto. Pessoal queria ver minha filha. O amor e respeito que eles têm conosco é muito grande.
Diferença de trabalho com os treinadores
- Quando cheguei aqui, ele era o treinador. Não cheguei muito pronto ao Flamengo, eu era garoto. Na parte mental e física eu não era o Michael que sou. Ele falava "F...-se, sem a bola tu é burro pra c...". Filipe Luís gritava: "Animal". Tu não sabe o que tu faz com a bola, dizia o Mister. Eu jogava com instinto.
Conversas para retorno ao Flamengo
- Eu já tinha conversado com o clube um ano atrás, que eu queria voltar. O clube falou que Jorge Jesus estava chegando e que contava muito com ele. Jorge falou: "Não vai, mas no fim da temporada eu te prometo". Eu queria muito voltar. Não tinha conversado nada porque eu não tinha certeza. Meu staff conversou com vários clubes, tanto lá como aqui, mas Deus foi maravilhoso e muito bom porque há uma semana o Marcos falou com o Du (empresário): "Como é que estamos?". Falei: "Bora, não quero nem ouvir valor". Não somos nós que escolhemos o Flamengo, é o Flamengo que escolhe. Não somos obrigados a prometer nada, somos obrigados a cumprir o que prometemos.
- Disse que estava pronto, mas já estava vendo casa e tudo. Vamos acelerar. Resolvi tudo e vim embora. Queria muito voltar. Estou muito feliz. Espero poder ajudar e retribuir o carinho. Agradecer do fundo do coração ao Bruno, ao Marcos, ao presidente. Que nós possamos conquistar grandes coisas juntos.
Onde prefere jogar?
- Joguei no Goiás pela direita, pela esquerda, mas eu prefiro pela esquerda. No Flamengo e no Hilal, joguei pelos dois lados. É correr, né? Pensar eu deixo para o Arrasca e os outros meninos. Meu negócio é correr. Eu prefiro jogar pela esquerda, mas, se tiver que jogar pela direita, estarei sempre pronto para ajudar o Flamengo. Se tiver que correr, nós estamos juntos. Para pensar, tem que chamar os outros.
Saúde mental e terapia
- P... (se está com saudade). Eu estava falando com Romulo. Papi, donde tu vás? Ahora não sei. Vou para o Mengão. Como é que é? Papi, Flamengo, creo que voy. É assim todo jogo? Increible. Faço, às vezes eu pedalo e dou uma esquivada (no terapeuta), mas estou muito bem. Cara que é da hora, ajudou minha família inteira.