Médico do Flamengo explica excesso de lesões e não descarta Rodrigo Caio contra o Racing

O chefe do departamento médico do Flamengo, doutor Márcio Tannure, concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira, e projetou os retornos do zagueiro Rodrigo Caio, do lateral Isla e do atacante Pedro para o jogo de terça-feira, contra o Racing, pelas oitavas de final da Libertadores.

- Vamos fazer todo esforço para ele estar em campo. Rodrigo Caio voltou com joelho lesionado da seleção. Quando estava voltando, por fatalidade, teve lesão na panturrilha. Pedro teve lesão grau 2, que não é leve. Estamos trabalhando para o jogo de terça-feira - disse o médico.

Tannure também falou sobre a grande incidência de lesões no Flamengo na temporada 2020.

- O departamento vem sendo elogiado desde 2016. Teve menos lesões. O mesmo aconteceu em 2018. O trabalho foi mantido. E o ano de 2019 com todas as conquistas tudo foi enaltecido. É um trabalho consistente. Esse ano, não só a Covid-19 como outros fatores estão interferindo. O Flamengo é o clube que mais libera jogador para seleção, mais jogou esse ano, no ano passado. E não tivemos férias e descanso. Tem que avalair não só o número de lesões. A gente não gosta, mas mais do que isso, tem que avaliar o número de lesões por número de jogos. E o Flamengo não é o que tem mais.

O médico explicou, ainda, o motivo de, no meio da temporada, o clube ter optado por reformular o setor, com a saída e a chegada de profissionais. Entre eles, alguns indicados pelo vice de futebol Marcos Braz (Diego Paiva, fisioterapeuta) e pelos atletas (Rafael Winicki, personal de Diego, Filipe Luis e Rodrigo Caio). Ambos nunca trabalharam com futebol. Também chegou o médico Marcelo Soares, demitido por Tannure em 2015, e o preparador físico Alexandre Sanz, afastado no ano passado. Tannure justificou as medidas com a saída de profissionais e o descontentamento com o trabalho que vinha sendo realizado este ano.

- Na verdade a gente perdeu alguns profissionais no clube. As mudanças estavam sendo estudadas. E achamos que teríamos necessidade de um trabalho individualizado. Só tinhamos um profissional da preparação física e precisávamos contratar mais alguém. Os critérios foram os mesmos que eu utilizei para contratar os que chegaram antes. A gente precisava ajustar algumas metodologias. Foi trazido um médico da base, fisioterapeuta também. O Fabiano Bastos chefe da fisioterapia foi para o Japão. O Marcelo Soares já tinha trabalhado conosco, já tinha experiência. Não teve interferência da diretoria. Existia a possibilidade de mudar no fim da temporada. Mas havia o descontentamento meu com o que vinha sendo aplicado - disse Tannure, que completou:

- O clube tem uma metodologia própria. Mas estamos sempre nos adaptando ao treinador que chega. Houve resultado bom com o Jesus e com o Ceni vamos chegar nesse nível. A reformulação a gente realizou por não estar satisfeito. Em algum momentos eles têm que começar a trabalhar com futebol. E começaram a trabalhar no Flamengo. A experiência é importante, mas a capacidade técnica é o que vale. Outros que vieram nunca trabalharam também.

O chefe do setor esclareceu ainda que o meia Thiago Maia será reavaliado por médicos enviados pelo Lille, da França, no domingo, para saber se haverá cirurgia para o problema de ligamento no joelho esquerdo.

- Tivemos dificuldades para o médico do Lile vir para cá. Vem um consultor médico da Argentina. Ele chega no domingo e vamos avaliar o jogador juntos e decidir as possíveis condutas para o Thiago Maia.

Fonte: Extra