Marcos Braz defende Bruno Henrique e minimiza impacto de investigação sobre suposta manipulação

O embarque do Flamengo para Belo Horizonte nesta terça-feira foi marcado pela polêmica envolvendo Bruno Henrique, investigado pela Polícia Federal em um caso de suposta manipulação de resultados. O jogador está sob suspeita de ter forçado um cartão amarelo em jogo contra o Santos, pelo Campeonato Brasileiro de 2022. A ação culminou em buscas na casa do atacante e no Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, além de outros locais relacionados ao Flamengo.

- O Flamengo, não nessa investigação, foi comunicado pela Fifa um tempo atrás que teria um atleta sendo investigado. Isso passou para o STJD. O Flamengo chamou ao atleta. Ele deu as explicações pertinentes. A gente enviou para o STJD. Acredito que o STJD deva ter investigado, analisado as respostas, os lances. Arquivou o processo. Também tivemos essa informação, e isso foi passado para a CBF. Parece que a CBF passou para as autoridades sobre isso. E, em um segundo momento, em que ninguém tinha acesso, porque estava em segredo de justiça, deflagrou essa operação. O Flamengo não sabia de nada nesse segundo momento, de que teria essa investigação. O Flamengo, claro, é o que tem mais interesse de que se resolva. Lógico, como as autoridades, todo mundo do meio esportivo. O Flamengo estará contribuindo da forma como for possível no que a Justiça necessite. Dará também apoio ao atleta, pelas relações humanas e pela presunção da inocência. E, agora, com muita calma e tranquilidade, vamos aguardar - disse Marcos Braz.

- Nós tínhamos uma programação de treino hoje de manhã. Depois do treino, a viagem para Minas Gerais. Quando ele chega no CT, eu converso com ele e com mais uma pessoa. A gente pergunta como ele estaria para o jogo de amanhã. Conversei com Filipe Luís algumas coisas antes de entrar nessa conversa com ele. Ele treinou normalmente, seguiu suas atividades normalmente. Ele estava muito tranquilo, dizendo que não tem absolutamente nada com isso, que tem o maior interesse de entender o que aconteceu. E, claro, estará pronto para a Justiça em qualquer situação em que ele terá que dar explicações daqui para frente - comentou Braz.

- Ninguém tinha acesso. Essa ação estava até há pouco tempo, há poucas horas, em segredo de justiça. Parece que só saiu depois da operação. Ninguém tinha acesso. Ele terá tempo hábil para poder não só falar com vocês, como esclarecer para a Justiça. A história do Bruno Henrique no futebol é ilibada, com valores da família, da união do grupo, de um profissional primeiro a chegar e último a sair. O histórico dele é esse, da pessoa com maior interesse de que será resolvido. Na hora certa, com seus advogados, irá tratar desse tema.

Marcos Braz, vice-presidente de futebol, falou sobre o caso durante o embarque e garantiu que o clube não acredita em qualquer envolvimento de Bruno Henrique em ações ilícitas. O dirigente relatou ter conversado com o atleta, que se mostrou focado e comprometido com o Flamengo.

- Como é uma investigação que tem algum tempo, que veio de Brasília para o Rio de Janeiro, a gente não pode ser irresponsável que essa operação poderia ser feita depois das finais. A gente não tem acesso aos autos. Se foi feita hoje, acredito que a Justiça, os delegados, procuradores envolvidos entenderam que era necessário fazer a operação o mais rapidamente possível. Como vice de futebol, gostaria que essa operação nunca tivesse acontecido. Mas, se tivesse, que fosse a partir de domingo, na segunda, depois de uma final como essa. Não vou falar que é uma situação normal. O que posso falar é que estamos tentando minimizar, não o fato, mas as ações de busca e apreensão na casa do atleta, no CT do Flamengo, para que nós possamos ter a tranquilidade devida não só para o jogo de amanhã, que é muito importante, mas para domingo, em que disputamos um título nacional, contra um adversário forte, na casa do adversário. Os jogadores são experientes, entendem essas ações, e tenho a certeza absoluta de que isso será esclarecido, como é de interesse de todos e, claro, que dê tudo certo no domingo, que esses fatos e atos não tenham atrapalhado a decisão - comentou o dirigente.

- Sobre esse lance específico, que está sendo investigado, parece que foi quase no último lance, e ele sequer toca no jogador. Não comete a falta para o cartão. Mesmo assim, toma o cartão, reclama, e é expulso. Tem muito tempo, quase um ano, não sei todos os lances. Claro que, com esse fato novo do Bruno Henrique, nós ficamos atentos em relação a rever lances, ajustar as coisas que poderiam ter ocorrido na época. Tem muito tempo, a gente não tem o conhecimento. Isso não foi solicitado nem a ele nem a nenhum atleta para tomar cartão espontaneamente ou de maneira provocativa - afirmou.

A operação da Polícia Federal mobilizou mais de 50 agentes para cumprir 12 mandados de busca e apreensão em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vespasiano, Lagoa Santa e Ribeirão das Neves. No Rio, os alvos incluíram o Ninho do Urubu, a Gávea e a casa de Bruno Henrique, onde foi apreendido apenas o celular do jogador. Após o ocorrido, o atleta participou do treino no Ninho do Urubu antes de seguir para Belo Horizonte com a delegação.

Para a partida contra o Cruzeiro, nesta quarta-feira, pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Filipe Luís deverá escalar uma equipe alternativa, preservando titulares para a decisão da Copa do Brasil. Gabigol, Arrascaeta, Gerson, Wesley e Léo Ortiz foram poupados e permaneceram no Rio de Janeiro.

Fonte: S1Live