Semana passada projetamos o Racing a caminho da sua terceira eliminação seguida nas oitavas da Libertadores depois do 1 a 1 com o Flamengo em Avellaneda. Mas o time jogou com a seriedade e que a garra que se previa depois da morte de Diego Maradona e derrubou, como visitante, o atual campeão da Libertadores naquela que é sua maior façanha na Libertadores desde o título único na Copa, em 1967.
O "Maracanazo" levou à loucura a equipe de transmissão da ESPN da Argentina, que não perdeu a oportunidade de lembrar que o Flamengo voltava a ser derrotado por um time de Avellaneda - já havia perdido a Sul-Americana para o Independiente em 2017.
Por falar em Independiente, o "louco por Maradona" Sebastián Beccacece coloca mais uma épica em sua história na Academia, somando a classificação desta terça ao clássico ganhado com dois jogadores a menos em fevereiro deste ano.
De participação errática na história da Libertadores, o Racing tenta agora repetir a campanha de 1997, quando parou apenas na semifinal. Agora depende do Boca Juniors , pois a Academia já fez sua parte na tentativa do duelo 100% argentino que os clubes sonhavam para começar a homenagear Maradona devidamente.
A participação do Racing na Libertadores de 1997 também merece menção - como agora, naquela ocasião o então campeão ficou pelo caminho, o River Plate de Enzo Francescoli, com dois empates, 3 a 3 em Avellaneda e 1 a 1 em Núñez, conquistando a vaga nos pênaltis.
Os pênaltis foram igualmente necessários desta vez, mas o fetiche argentino pelo Maracaná (é essa a grafia usada pela imprensa do país) já borda a façanha do Racing como um dos pontos altos de sua história. O Fla que encontre as razões - uma delas estava óbvia antes mesmo do apito inicial, a escassa rodagem rubro-negra de Rogério Ceni antes do confronto, bem ao contrário de Beccacece , no cargo desde o começo do ano. Exigir um treinador fazer em três semanas o que outro fez em 12 meses é mesmo querer demais.
Imagem: EFE/ Antonio Lacerda POOL