Há 16 anos, mais precisamente no dia 30 de junho de 2004, o Maracanã vivenciava a maior zebra de sua história. Os mais de 70 mil torcedores do Flamengo nada puderam fazer para impedir a vitória por 2 a 0 do Santo André, que viria a conquistar a Copa do Brasil daquele ano. Um título improvável e comparado com o 'Maracanazo' por Dedimar, o capitão da equipe paulista naquela época.
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— Eu acredito que fomos o maior azarão da história do Maracanã devido as circunstâncias. Posso até considerar como um segundo 'Maracanazzo'. Todas as coisas estavam favoráveis ao Flamengo, a lógica daria [o título] para eles. Éramos os azarões por sermos emergentes, né? Ainda não éramos conhecidos e aquele título passou a dar uma expressividade muito grande — conta o ex-atleta, responsável por levantar a taça.
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Na opinião de Dedimar, havia um clima de "já ganhou" tomando conta dos torcedores e até mesmo dos jogadores do Flamengo, o que serviu para aumentar a motivação do elenco. Após empate por 2 a 2 na partida de ida, em São Paulo, bastava um empate sem gols para o rubro-negro ficar com o título. Sabendo disso, o Santo André montou uma estratégia diferente e viu até o show da cantora Ivete Sangalo serviu como motivação.
— Todos os veículos de comunicação já davam eles como campeões, só não declaravam. A grande verdade é que quando a gente chegou no Maracanã e vimos um palco já montado para uma festa, que não era a da premiação. Era para um show da Ivete Sangalo e já estava tudo certo cantar a música 'Poeira', que era uma das músicas do Flamengo. Aquilo foi um grande grande combustível agregando as questões de desfavorecimento do grande desafio e tudo mais — iniciou Dedimar.
— A gente buscou estratégia de que não podia tomar nenhum gol no primeiro tempo e no segundo íamos para o combate. De fato, isso aconteceu. Seguramos muito bem no primeiro tempo e depois nos soltamos. Utilizamos também um pouco do desespero do Flamengo, que tinha e a obrigação de buscar o resultado e selamos o título — completou.
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Hoje aposentado, Dedimar virou um dos maiores ídolos da história do Santo André e até hoje é lembrado como o "capitão que levantou a taça no Maracanã". Ele vê essa homenagem como motivo de orgulho e admite que a sua vida e carreira mudaram após aquela partida.
— Onde eu vou, onde eu piso, eu sempre sou reconhecido como o capitão que levantou a taça da Copa do Brasil diante do Flamengo. Isso teve consequência e ficou marcado na minha história. Ser o principal líder, o cara que representava o Santo André, o cara que estava com time e jogou todas as partidas da Copa do Brasil é marcante — completou.