Maracanã 70 anos: Andrade revive jogo que o consagrou também como técnico e diz que estádio sempre foi 'sua casa'

Dono de quatro títulos nacionais como jogador, sendo três pelo Flamengo e um pelo Vasco, além de uma Libertadores e um Mundial pelo clube da Gávea, 2009 foi o ano em que Andrade viveu uma experiência diferente, até então: levantar o troféu ocupando uma posição diferente da tradicional área que ocupava no campo, a de volante. Agora, fora das quatro linhas, como treinador.

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— Aquela última rodada do campeonato de 2009, que acabou sendo como uma final, mesmo após todos os títulos que venci como jogador, tem um espaço especial no meu coração. O Maracanã lotado, a forma como aconteceu a virada e o gol do título são fatores que elevam aquela tarde ao nível de importância que ela tem pra mim eternamente. Tenho certeza que daqui a 30, 40 anos, nós ainda estaremos falando daquele título e daquele momento — disse ele.

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Peça essencial do time flamenguista que marcou época e fez história no futebol mundial, Andrade tem um carinho especial pelo Maracanã. Palco indissociável à mística rubro negra, o hoje comandante lembra a sensação de ser cria da Gávea e ter sua carreira fomentada naquele gigante de concreto e aço.

— O Maracanã sempre foi uma química perfeita. A união daquele time da década de 80 e a torcida foi algo que deu bastante liga. Eu e todo grupo tinha o estádio como se fosse a nosso lar; era um hábito tão corriqueiro e natural, como bater bola no quintal de casa. Até por isso, todo adversário que lá chegasse tinha muito respeito, não só pelo nosso time, como pelo lugar em si e pelo torcedor. Essa combinação dos três era algo muito forte. A minha história no Maracanã é repleta de magia — pontuou o treinador.

Parece ser uma máxima de que a áurea do estádio fique permanentemente gravada na memória de todos que puderam lá se apresentar. Com Andrade, isso não poderia ser diferente.

— Me vem à cabeça a sensação de subir as escadas que dão acesso ao gramado e a primeira coisa que se via ao chegar lá em cima era o pessoal da Geral lotada, aquele torcedor sem muito dinheiro, que ia lá para ser feliz e conseguia, após o nosso resultado que quase sempre era positivo. Muito da recompensa de vencer era poder ver aquela gente fazendo sua festa particular — finaliza Andrade.

Fonte: Extra