Existe uma legislação federal que impede a denominação de pessoas vivas a bens públicos da União. Foi uma decisão oportuna, para evitar que políticos se auto homenageassem – ou a seus parentes e correligionários - na escolha dos nomes de grandes obras, tão comuns aquela época.
+ A importância de Mário Filho na construção do Maracanã e da memória do futebol brasileiro
Tudo bem, isso não vale para o Rio e o Maracanã é um bem estadual. Mas a estapafúrdia
decisão dos deputados estaduais de trocar o nome do Maracanã
é uma oportunidade para que o governador em exercício, Claudio Castro, siga pelo mesmo caminho. Não basta vetar o projeto que veio da Alerj. É preciso fazer com que heresias deste tipo sejam banidas definitivamente da vida nacional.
O Brasil é um país sem memória
. E esse é um clichê repetido a rodo.
O neto do jornalista Mario Filho – um dos maiores responsáveis pela construção do estádio
– tem toda razão quando diz que a maior parte dos que votaram não sabe sequer quem foi seu avô. Mas, nesse caso, não se trata de falta de memória. É mais grave. Trata-se de ignorância! E é a ignorância que alimenta a arrogância. E resulta em cretinices desse tipo que atropelam o bom senso.
Pelé – que aliás, como se sabe, já é nome de estádio em Maceió – merece todo tipo de homenagem. Hoje e sempre. No Maracanã, com o super Santos bicampeão do mundo, viveu momentos inesquecíveis da sua antologia futebolística. Mas, desbancar o nome de Mario Filho do templo do futebol, ainda que ele não tenha qualquer responsabilidade por isso, vai representar uma mácula na sua biografia de rei.
Se não pediu a homenagem, Pelé tem o poder de vetá-la. Basta uma palavra, agradecer e recusar. É o que se espera de uma majestade!