Em comemoração ao Dia Nacional do Livro, celebrado em 29 de outubro, a literatura rubro-negra foi tema de uma coletiva de autores que discutiram a profunda conexão entre o Flamengo e a produção literária. Os escritores Arthur Muhlenberg, Marcelo Dunlop e Maurício Neves de Jesus compartilharam suas visões sobre como o clube se torna uma metáfora da vida brasileira, repleta de alegrias, dramas e contradições.
A Perspectiva dos Autores
Arthur Muhlenberg
Arthur Muhlenberg descreve o Flamengo como uma força mítica, um elemento que carece de mais representações na literatura. “Tenho o feio costume de terceirizar culpas o tempo todo, mas a culpa toda é do Flamengo mesmo”, reflete. Para ele, escrever sobre o clube é uma forma de “impedir o esquecimento”, destacando a urgência em registrar histórias que fazem parte da identidade rubro-negra.
Maurício Neves de Jesus
Maurício Neves de Jesus vê o Flamengo como “a maior coisa que vamos conhecer nesta existência, e mesmo assim cabe num abraço”. Para ele, a literatura é uma maneira de capturar a transcendência e a fé que o clube representa, além da importância de registrar memórias que moldam a experiência coletiva dos torcedores.
Marcelo Dunlop
Marcelo Dunlop traz uma abordagem mais cotidiana, enxergando o Flamengo nas histórias do dia a dia e na cultura popular. “A primeira crônica decente que publiquei foi sobre o velório do Carlinhos Violino”, recorda. Para ele, a crônica é um meio eficaz de organizar memórias e vivências relacionadas ao clube.
A Literatura Rubro-Negra
A literatura voltada para o Flamengo é um território onde a devoção se manifesta de diversas formas. Não se trata de um movimento formal, mas de uma expressão cultural rica que reflete a relação emocional dos torcedores com o clube. As obras literárias mencionadas, como "Hexagerado", "Libertador", "Crônicas Flamengas" e "Me Arrebata", são exemplos da produção que preserva a memória do Flamengo.
A Importância da Preservação da Memória
Os autores concordam que o Flamengo deve apoiar a produção literária que o envolve, ajudando a preservar sua história e identidade. A relação entre o clube e a literatura não apenas enriquece a cultura brasileira, mas também fortalece a conexão entre torcedores, independentemente de sua localização. “Mesmo antes da internet, se você juntasse um rubro-negro que ouvia o time na Floresta Amazônica e outro nos cânions de São José dos Ausentes, eles se sentiriam próximos”, conclui Maurício Neves de Jesus.
Reflexão Final
À medida que o Flamengo se aproxima de seu 130º aniversário, no dia 15 de novembro, a celebração da literatura rubro-negra se torna ainda mais relevante. A produção literária não apenas documenta a história do clube, mas também articula emoções e experiências coletivas que fazem parte da vida dos torcedores. O Flamengo, portanto, não é apenas um tema, mas um personagem central nas narrativas que moldam a cultura brasileira.