Líder e lanterna, Flamengo e Fluminense fazem clássico onde o segredo para a vitória pode estar na efetividade

Diferentemente do cenário dos últimos anos, Flamengo e Fluminense se enfrentam hoje, às 16h, no Maracanã, numa situação bastante peculiar. Acostumados a disputar finais de Carioca e jogos decisivos, como as oitavas de final da Copa do Brasil, no ano passado, a dupla se encontra em situações opostas. Invicto há oito jogos, sendo sete vitórias, o rubro-negro abriu a rodada na liderança. Na outra ponta, o tricolor, que está há dois meses sem vencer no Brasileirão (são sete partidas de jejum), amarga a última colocação.

O Flamengo está em fase de lua de mel com a torcida. Apesar de um começo de Brasileirão irregular, o técnico Tite conseguiu recalcular a rota da equipe em termos táticos e técnicos. E nas últimas rodadas, mesmo com a série de desfalques por convocação para a Copa América e lesão (hoje serão sete, mas Fabrício Bruno retorna de suspensão), o time tem mantido uma estrutura que alia segurança defensiva e poder de fogo para agredir os adversários. Retrato disso é que o rubro-negro tinha, antes do início da rodada, o melhor ataque e a quarta melhor defesa do torneio.

Já o Fluminense, se por um lado está classificado para as oitavas de Libertadores e Copa do Brasil, tem o pior início de sua história na era dos pontos corridos do Brasileiro. Com a segunda pior defesa, o time de Fernando Diniz é o que mais levou cartões amarelos e o quarto que menos finaliza.

O alerta está ligado na diretoria, que já sinalizou que deve fazer mudanças no elenco, e em Diniz, cada vez mais pressionado pela torcida. Ontem, um grupo de torcedores protestou e cobrou os jogadores na porta do CT Carlos Castilho. Nem Thiago Silva, que sequer estreou, foi poupado.

No entanto, apesar da crise, o Fluminense ainda dá demonstrações de que pode se reerguer. Contra o Cruzeiro, o desempenho foi melhor do que nos jogos anteriores. Além disso, a equipe tem bons números em algumas estatísticas.

Cano perde chances

Time com mais dribles certos, com média de 11,2 por jogo, o tricolor é também o segundo que mais acerta passes, com média de 447,1. Já no quesito efetividade, o que tem sobrado para o Flamengo falta ao Fluminense.

O rubro-negro teve 20 grandes chances criadas no campeonato, e balançou as redes 18 vezes. O Flu até teve 17 boas oportunidades, mas marcou apenas dez gols. Artilheiro do país nas últimas duas temporadas, Cano vive ano difícil. É o jogador que mais desperdiçou chances no tricolor (seis). Do lado do Fla, por sua vez, Pedro é o atleta com mais participações em gols no Brasileiro (sete).

— Sempre achei o Pedro melhor e mais completo que o Cano, e isso está sendo reforçado agora. Mas tem a questão da lesão que o Cano teve, e quando voltou o time já não estava tão bem. Não sei se está na plenitude da forma. Mas acho também que essa questão individual tem a ver com o coletivo — analisa Rodrigo Coutinho, do Sportv.

— O Fluminense tem criado menos, e o Cano tem corrido muito para trás para construir e recuar em bloco baixo, o que cansa muito. Mas ele também está mal, com problemas técnicos. A parte de conclusão dele está abaixo da crítica — diz o analista de dados Felipe Barros.

Fonte: Extra