Líder e embalado, Flamengo retorna à Libertadores vivendo melhor momento no ano

Jorge Jesus decidiu não priorizar competições e está colhendo frutos. Dois meses após ser contratado, o técnico tornou o Flamengo líder do Brasileiro com um futebol vistoso. Não faltam goleadas e boas exibições, e é embalado pelo melhor momento no ano que o time se volta para as quartas de final da Libertadores: enfrenta o Internacional amanhã, no Beira-Rio, com a vantagem de 2 a 0 do jogo de ida no bolso.

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A evolução no Rubro-Negro é clara. Jesus assumiu a equipe na terceira colocação do campeonato nacional, oito pontos atrás do então líder Palmeiras. Sete rodadas depois, pulou para primeiro lugar, com saldo de gols superior ao do Santos, em segundo. Mesmo com a queda precoce na Copa do Brasil, o trabalho do português enche a torcida de esperança em um título — quem sabe dois — de expressão.

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— Estávamos a oito pontos do Palmeiras. Recuperamos, mesmo com jogos importantes no meio. Isso faz parte das grandes equipes. Aqui valorizam a Copa do Brasil e menos o Brasileiro, não dá para entender. Nossa proposta era recuperar, achava que tínhamos capacidade de conquistar — analisou.

No lado coletivo, o Flamengo mostrou entrosamento diante do Ceará, domingo, mesmo sem contar com sete titulares — ausentes por opção do treinador. Um exemplo é o gol marcado por Pablo Marí, o primeiro da partida, construído a partir de um arremesso lateral para a área que é constantemente treinado. O desvio de Rodrigo Caio na primeira trave é rotina, já utilizado pelo comandante com Luisão, nos tempos de Benfica, em Portugal.

Também é possível citar a adaptabilidade do esquema tático do Flamengo. Diante do Internacional, Filipe Luís passou a atuar como espécie de volante para quebras as linhas coloradas. Contra o Goiás, no Brasileiro, a sufocante pressão alta resolveu a partida ainda no primeiro tempo. No clássico contra o Vasco, variou o desenho entre 4-1-4-1, 4-2-2-2 e 4-2-3-1 ao longo dos 90 minutos.

Pelo lado individual, Arrascaeta marcou seis vezes nos últimos dez jogos e viu seus números triplicarem com Jesus; Gabigol tem média de um gol por rodada no Brasileiro e, com 12 no total, isola-se cada vez mais na artilharia; Bruno Henrique foi convocado para a seleção brasileira, consequência do melhor momento da carreira.

Até as crises fora do gramado parecem não interferir em campo. Sem Cuéllar — que havia sido afastado por tempo indeterminado, decisão anulada ontem —, Piris da Motta agradou no jogo de domingo. O sempre criticado Willian Arão é um dos novos queridos da torcida. A sensação é que o time cresce a cada partida e ainda não atingiu o auge.

E é assim que o Flamengo vai ao Rio Grande do Sul. No Beira-Rio, a expectativa é por outra atuação inteligente, para mostrar que a liderança no Brasileiro e a boa fase no torneio internacional não são por acaso.