Libra acusa Flamengo de distorcer fatos e revela tensão crescente no futebol brasileiro

A noite desta sexta-feira (3) trouxe à tona mais um capítulo polêmico na relação entre o Flamengo e a Liga Brasileira de Futebol (Libra). Em um comunicado oficial, a entidade acusou o Rubro-Negro de veicular "informações selecionadas e distorcidas" à imprensa, uma postura que, segundo a Libra, contradiz o desejo de diálogo que o clube havia manifestado publicamente.

A Resposta da Libra

A nota da Libra rebateu, ponto a ponto, as justificativas apresentadas pelo Flamengo em relação à ação judicial que bloqueou repasses financeiros aos demais membros da liga. A entidade argumenta que foi o Flamengo quem "interrompeu o diálogo" ao buscar uma medida liminar, com o intuito de pressionar economicamente os outros clubes. Essa afirmação revela um embate intenso entre as partes, onde a comunicação se torna um campo de batalha.

Um dos principais pontos de discórdia é a metodologia de distribuição de receitas por audiência. A Libra classificou como "falso" o argumento de que o estatuto seria omisso sobre o tema, ressaltando que a regra atual foi aprovada em Assembleia Geral por unanimidade, incluindo o voto favorável do próprio Flamengo, sem ressalvas. Essa unanimidade, que parece ter sido esquecida, levanta questões sobre a coesão e a confiança entre os clubes.

Propostas e Rejeições

A nota também menciona que o Flamengo, insatisfeito com o critério de audiência, propôs uma alteração que buscava basear a métrica no "número de cadastro de torcedores". No entanto, essa proposta foi levada à votação e rejeitada por todos os outros oito clubes da Série A que fazem parte da liga, resultando em um placar de 8 a 1 contra a ideia. Para a Libra, a busca do Flamengo pela via judicial após essa derrota na votação caracteriza uma tentativa de "virada de mesa", um termo que ressoa fortemente no contexto esportivo.

Críticas e Questionamentos

A Libra não hesitou em criticar a alegação do Flamengo de que seria necessário um respaldo judicial para evitar prejuízos. A entidade argumenta que o contrato de cinco anos, que ultrapassa R$ 6 bilhões, oferece tempo e recursos suficientes para qualquer ajuste futuro, caso fosse decidido de forma coletiva. Essa crítica expõe a fragilidade das justificativas apresentadas pelo clube, que se vê em uma posição delicada.

Em um tom cada vez mais incisivo, o comunicado questiona as verdadeiras intenções do Flamengo: "Por que o Flamengo preferiu esse caminho ao invés de manter a discussão internamente? O Flamengo demonstra que há outros objetivos em seus movimentos". Essa interrogação não apenas desafia a postura do clube, mas também sugere uma falta de transparência nas ações rubro-negras.

A Visão da Libra

A nota finaliza com uma mensagem contundente, afirmando que "questionar os fatos e distorcê-los para conseguir apoio midiático com base na desinformação é querer viver uma realidade paralela, de imposição econômica". Para a Libra, a postura do Flamengo representa uma "visão antiquada e solitária" que vai na contramão da coletividade necessária para fortalecer o futebol brasileiro.

A entidade conclui com uma afirmação direta: a torcida do Flamengo "merece o futebol brasileiro que o Flamengo se nega a construir" e que o esporte no país não tem um dono, mas sim "212 milhões de donos". Essa declaração ecoa a necessidade de união e colaboração entre os clubes, um aspecto vital para o crescimento do futebol nacional.

Até o fechamento desta matéria, o Flamengo não havia se manifestado publicamente sobre o comunicado da Libra, deixando a expectativa no ar sobre a resposta do clube a essas acusações.

Fonte: Redação Netfla