Uma Copa América depois, a Libertadores está de volta. Foram quase três meses entre o fim da fase de grupos e o retorno da principal competição de clubes da América do Sul. Para os brasileiros, um intervalo que mudou muito os contextos de disputas domésticas e de elenco. O confronto entre Grêmio e Fluminense, um dos dois jogos entre equipes do país e que sublinha essas mudanças, abre as oitavas de final hoje, no Couto Pereira, às 19h.
Os dois ocupam a metade de baixo da tabela — com o tricolor carioca vivendo uma situação mais complicada, na zona de rebaixamento — e têm a Libertadores como chance de título continental e de tentar virar o saldo da temporada. Ao mesmo tempo, terão que fazer escolhas em meio à carga de jogos daqui até o fim do ano.
Grêmio lidera o returno
O Fluminense, que finalmente pôde inscrever Thiago Silva, trouxe também Serna, Nonato, Bernal e Ignácio. Os dois primeiros, principalmente, ajudaram a equipe a garantir sequência de vitórias que tirou a equipe da lanterna, mas não evitaram uma queda (vendida caro para o Juventude) na Copa do Brasil.
Já o Grêmio, que terminou a fase de grupos mais tarde por conta das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul entre abril e maio, ainda não pode utilizar a Arena, em fase final de reparos. Em campo, por outro lado, viu o alternativo reforço do dinamarquês Braithwaite garantir dois gols na estreia. Caiu na Copa do Brasil, mas é líder no returno do campeonato, com três vitórias em três jogos.
A Copa do Brasil ajudou a aumentar o intenso calendário vivido pelos clubes brasileiros do fim da fase de grupos até o início das oitavas. No período, todos que seguem na Libertadores fizeram, em média, 18 jogos. O dobro dos nove que disputaram San Lorenzo e Nacional, rivais de Atlético-MG (que também joga hoje) e São Paulo, por exemplo. O Bolívar, que enfrenta o Flamengo, jogou apenas sete vezes.
Para os que seguem disputando as três principais competições da temporada, o calendário tende a ficar ainda mais apertado. São Paulo, Atlético-MG e Flamengo avançaram às quartas da Copa do Brasil. A fase ainda não teve as chaves sorteadas, mas começa menos de uma semana depois dos segundos jogos dessas oitavas de Libertadores.
— Estímulo e recuperação são um grande desafio. Quem fala é um professor de educação física. Se houver estímulo sem tempo de recuperação, abre-se possibilidades para que problemas ocorram. Então, é um desafio nosso — disse o técnico do Flamengo, Tite, após o empate com o Palmeiras, no domingo.
O rubro-negro, que disputa a liderança do campeonato rodada a rodada com o Botafogo — e agora com o Fortaleza —, perdeu Viña e Cebolinha por lesões, dois jogadores importantes, para o encontro com o Bolívar, na quinta. Entre seus reforços, os bolivianos, líderes do campeonato local, inscreveram o centroavante Fábio Gomes, ex-Atlético-MG e Vasco.
‘Déficit de performance’
Encontrar esse equilíbrio também tem sido um desafio para o Botafogo, atual líder do Brasileiro. Na viagem ao Rio Grande do Sul para enfrentar o Juventude, quatro dias após a queda na Copa do Brasil, o técnico Artur Jorge poupou alguns titulares no primeiro tempo, mas acabou vendo a equipe cair em desempenho e ser derrotada.
— Queremos estar em todas as competições, ainda que por vezes isso possa justificar algum déficit de performance — analisou o treinador.
Botafogo e Palmeiras, que se enfrentam amanhã, foram algumas das equipes que mais se reforçaram da fase de grupos até aqui. O time carioca inscreveu Cuiabano, Allan, Thiago Almada e Igor Jesus para as oitavas, enquanto o paulista incluiu Felipe Anderson, Maurício e Giay.