O técnico Filipe Luís fez questão de deixar claro que não poupou alguns dos principais nomes do Flamengo, como Wesley e Gerson, na derrota desta quarta-feira para o Central Córdoba, pela Libertadores, por conta do fato do clube priorizar o Campeonato Brasileiro. Embora a diretoria já tenha afirmado em algumas oportunidades que o Brasileirão é a principal competição da temporada, o treinador foi no sentido contrário. Segundo ele, ambos os campeonatos estão no mesmo patamar de importância.
— Isso não é verdade (poupar porque diretoria prioriza o Brasileirão). A Libertadores é tão prioridade quanto o Brasileiro. Só que se poupou muito no Brasileiro nos últimos anos para jogar nas copas. Foi uma escolha minha. Sou eu que escolho quem vai entrar em campo, pensando na fase de grupos da Libertadores que te permite fazer essas trocas, no adversário que vou enfrentar, na sequência de jogos de jogadores e no que vem pela frente — cravou o treinador.
Em todos os momentos da entrevista coletiva após o primeiro revés do Flamengo na temporada, Filipe Luís assumiu a responsabilidade pela derrota. Segundo ele, a equipe ficou um caos ao longo da partida e não soube manter as próprias características. Dentro disso, o comandante rubro-negro revelou que, na ânsia de tornar o time mais ofensivo, optou por improvisar alguns jogadores fora de suas posições habituais, o que, de acordo com o próprio técnico, pode ter deixa-los desconfortáveis.
— Eu tomo as decisões, quando perde é claro que eu vou ser cobrado. É normal. Isso também me faz crescer. Quando vence, tudo parece muito bonito nas escolhas que a gente faz. Quando perde vêm as perguntas. Nenhum jogador vai conseguir estar em todos os jogos da temporada. Posso garantir para vocês. A exaustão chega em algum momento. Tem que pensar na saúde deles — iniciou.
O treinador não se mostrou abalado ao ter sido vaiado junto com o time após o jogo, mais uma vez se sentindo desafiado pela pressão.
— Fui e fomos vaiados em outros jogos. Com o Sampaio Corrêa, no Carioca, empatamos em 0 a 0 no primeiro tempo e as vaias vieram. E o Flamengo é isso, normal — contemporizou. — Tem um peso vestir essa camisa. É o clube que mais cobra do Brasil, mas os jogadores e eu estamos preparados para enfrentar. É uma pressão que me desafia, me faz crescer e ser melhor. Com certeza trabalharei mais, estudarei mais para fazer tudo para vencer. E conquistar o carinho da torcida no ,campo, não com palavras — finalizou.
No próximo domingo, o Flamengo volta a campo contra o Grêmio, em Porto Alegre, às 17h30, pelo Campeonato Brasileiro.