Entre as discussões sobre a derrota do Flamengo por 1 a 0 diante do Peñarol, na última quinta-feira, pela Libertadores, a preferência de Tite por Erick Pulgar em vez de Léo Ortiz como volante segue repercutindo na torcida rubro-negra.
O chileno ficou marcado por um erro de passe antes do contra-ataque que originou o gol do time uruguaio. Parte dos torcedores presentes no Maracaña vaiou o jogador, que foi substuído no início do segundo tempo. Já Léo Ortiz, que é zagueiro, só que também faz a função de volante, volta e meia aparece na equipe principal com boas atuações, o que levanta um debate sobre a titularidade da posição.
Na temporada de 2024, Pulgar fez 35 jogos e tem apenas uma assistência. Enquanto Ortiz tem um gol e duas assistências em 27 partidas. Ambos não são conhecidos por se destacarem na parte ofensiva, já que têm mais facilidade na construção do jogo a partir do campo de defesa.
Na Libertadores, o chileno foi titular em cinco de seis confrontos até aqui. Já o brasileiro começou quatro vezes em cinco oportunidades no time principal, com 72 minutos por partida — três a mais que o companheiro. Diferentemente de Pulgar que passou em branco até aqui, Ortiz marcou um gol na competição continental. Eles não deram assistência até o momento.
Os jogadores também se destacam pela qualidade no passe, o que mostra números parecidos nesse quesito pela competição continental. De acordo com o Sofascore, Pulgar tem uma eficiência de 38,5 passes certos por partida (81%), 21 no próprio campo (88%) e 17,7 no terço final (85%). Enquanto Ortiz acumula 30,1 passes certos por jogos (86%), 13,8 no próprio campo (93%) e 16,2 no terço final (81%).
No sistema defensivo, Pulgar tem 1,5 interceptações, 1,8 desarmes e 6,3 bolas recuperadas por jogo. Com números menores, Ortiz acumula 0,6 interceptações, 1,6 desarmes e 3,4 bolas recuperadas por partida.
Já em bolas longas, o brasileiro leva a melhor com aproveitamento de 64% contra 59% do chileno. O fundamento é um das principais características deles na ligação da defesa ao ataque.
— Todas as possibilidades que estão sendo levantadas agora têm sua razão. Pulgar é um jogador de seleção, vinha bem e estava mais habituado à posição. O Léo Ortiz, por outro lado, estava atuando em uma função que ele não aprecia tanto. Eu precisava dele em um outro momento, e ele contribuiu — justificou Tite, em entrevista pós-jogo.