Léo Ortiz vê Flamengo capaz de igualar intensidade de europeus e compara situação que viveu com a de Gerson

Léo Ortiz foi o escolhido para a primeira entrevista coletiva de jogador do Flamengo na preparação para a Copa do Mundo de Clubes nos Estados Unidos. Na tarde desta sexta-feira, logo após o treino em Atlantic City, o zagueiro atendeu a imprensa e foi perguntado sobre Gerson, que deve deixar o clube após o torneio mundial rumo ao Zenit, time russo que está disposto a pagar a multa do meia.

Gerson passou a receber críticas da torcida e inclusive foi alvo de protestos no AeroFla no embarque do time para os Estados Unidos. Ortiz saiu em defesa do capitão rubro-negro e comparou a situação que o meia vive com a que o próprio zagueiro enfrentou ao deixar o Bragantino rumo ao Flamengo em 2024, quando a novela pela transferência se arrastou durante três meses.

Léo Ortiz e Gerson no Flamengo — Foto: Marcelo Cortes / CRF

— A relação com ele no dia a dia não muda. O tratamento é igual. Não ficamos perguntando muito porque é uma questão dele e estamos em um momento de foco total no Mundial. Minha experiência no momento que tive quando estava para vir para o Flamengo, lógico que é uma coisa que todos estão falando, mas você tenta focar o máximo possível na parte que você controla, que é dentro de campo. Me lembro nessa época que estava em negociação que as pessoas estavam falando, mas foram algumas das melhores partidas com a camisa do Red Bull Bragantino.

— As pessoas perguntavam como eu conseguia estar convivendo com tudo isso. Somos profissionais e sabemos que faz parte da nossa vida. Ele é jogador do Flamengo, tenho certeza que está muito focado, é o nosso capitão. Não se tornou capitão à toa, é pelo exemplo e ele diariamente tem se dedicado ao máximo e dando exemplo na prática. Sempre nos treinos tentando deixar todos concentrados e dando exemplo por liderar.

Mas nem só de Gerson foi a entrevista coletiva. O zagueiro também falou sobre sua expectativa para a primeira Copa do Mundo de Clubes da Fifa e minimizou a questão da diferença de intensidade para os times europeus:

— É uma intensidade diferente. O tempo que passo na Seleção eu sinto que é, mas é algo que conseguimos igualar. Em alguns momentos não estamos tão acostumados a fazer isso no Brasil, mas vemos que nosso time em alguns momentos coloca uma intensidade maior do que os outros. Temos de estar preparados e isso passa pelo mental. Conseguir colocar nossa intensidade e foco total nos 90 minutos. Em alguns momentos falhamos nisso de não conseguir nos 90 minutos. Aqui vamos enfrentar grandes times, temos de estar 100% focados, principalmente controlar o jogo em alguns momentos. Ninguém aguenta essa intensidade maior o tempo todo. Com a bola conseguir controlar a partida e sem ela ter a mesma intensidade, pressionar alto. Isso não podemos deixar de fazer.

Veja outras respostas de Ortiz:

— Com Ancelotti, não conversei sobre Mundial. Com alguns jogadores que vão participar nós conversamos, perguntavam quando ia cada um, onde ficaria, como o clube estava vendo essa experiência. Acho que todos têm uma visão parecida de que é o primeiro campeonato, todos querem vencer, é uma oportunidade única de todos pararem para assistir. São clubes de quase todos os países acompanhando. Mesmo que seja mais difícil para eles por ser um momento pré-férias, final de temporada, é mais desgastante. Mas tenho certeza que todos querem ser campeões nesse formato.

— O clima está muito bom. Todos focados e preparados para esse momento. É uma competição diferente, primeira vez que vamos disputar uma Copa do Mundo de Clubes nesse formato. A expectativa está muito grande, são diversos desafios de diferentes países e continentes. Dá essa sensação de novo. Sair do Rio de Janeiro, vir para um lugar que não conhecemos, treinar em um lugar novo, conhecendo coisas novas. É sempre legal e uma experiência diferente. A expectativa é muito boa, dá aquela ansiedade boa por ser a primeira vez que terá esse torneio. Estamos bem empolgados e concentrados para fazer uma boa competição.

— É algo arriscado realmente, mas o Filipe fala muito sobre correr riscos. Não só sem a bola, de pressionar alto e manter a linha de defesa lá no meio de campo praticamente, mas com a bola também. Sair jogando e em algum momento arriscar. É muito trabalho. Dentro do calendário temos dificuldade de ter sequência, em alguns jogos vemos que deixamos a desejar um pouquinho, por mais que ainda consigamos manter os números muito bons. Mas vale muito para isso que está acontecendo e para a nossa defesa ser a menos vazada do Brasileiro e da Libertadores, tudo é pelo conjunto. Não dá para colocar só na linha de trás. Nossa pressão começa na frente. Temos de andar juntos. Quando o lateral sobe o zagueiro tem que vir junto. Senão acaba um efeito dominó e as peças vão caindo. Esse trabalhar em conjunto e perto é o principal fator para ter êxito defensivo.

— É um fator importante se manter na liderança até a nossa volta. E ter a vantagem de ter uma partida a menos quando voltarmos. Estávamos acompanhando o jogo quando voltamos do treino. Cada um no seu celular vendo uma partida, ficamos meio que trocando informação na mesa. Só acompanhando mesmo, vendo os resultados. São coisas que não controlamos, só assistimos e feliz que vamos poder passar esse tempo do Mundial e voltar com a liderança da competição.

— Falei o nome do Messi porque é um cara que marcou a época de todos aqui e esteve no topo. Ter a experiência de jogar contra clubes europeus principalmente, jogar contra outras culturas e maneiras de viver o jogo vai ser muito legal. Estou empolgado para isso. Eu não tive a oportunidade de jogar fora, vivenciar esses momentos será uma oportunidade única. Quer dizer, espero que não seja a única. Mas estou muito empolgado de enfrentar outros times e outras culturas. O futebol tem diversas maneiras de se ver o jogo diferente da nossa. Vai ser muito legal poder acompanhar e ver como os times jogam e se enfrentam dentro de campo.

— Um jogador como ele... em dois dias já vimos que vai se encaixar facilmente ao time. A qualidade que tem, o currículo dispensa comentários. É um cara tranquilo, gente boa, nos primeiros dias já parece que está há muito tempo com a gente. Não posso falar muito de tática, mas pode jogar como primeiro ou segundo volante. Qualidade ele tem para fazer isso. Seja jogando com outro primeiro ou outro segundo e ele mais fixo. Tenho certeza que vai se adaptar fácil. Temos algumas dinâmicas que são parecidas com o que ele fazia no Arsenal. Um jogador como ele vai se adaptar facilmente ao time.

— É um jogo muito difícil. Os times africanos além de defensivamente serem fortes e físicos, tem jogadores do meio para frente que são muito técnicos. Principalmente da Tunísia, Marrocos, que são da mesma linha. Vamos estudar ainda mais de perto e com detalhes, o Filipe vai passar para nós. Também tenho um estafe que trabalha comigo e passa informações dos times que vamos jogar contra, dados mais detalhados, mais de um jogador específico que vai ficar próximo da zona que atuo. Essa parte do Mundial será legal de entender outras formas de jogar e como os times se comportam dentro de campo. Tenho certeza que vamos conseguir fazer um grande jogo, colocar nossas dinâmicas, a forma como a gente joga contra outros times que jogam de diferentes maneiras como vemos no Brasil.

— Algo muito especial e incrível vivenciar aquilo. Já tinha visto vídeos de comemoração de Libertadores, Brasileiro quando comemorava há um tempo no trio. Era muito incrível. É algo que eu espero viver no Flamengo. Vivenciar o Aerofla para uma competição tão grande como essa foi especial. A oportunidade de estar naquele ônibus representando todos os torcedores que estavam a nossa volta e os outros do mundo. Representar eles será muito especial, nos passaram muita força e energia. Sabemos que não são todos que tem a oportunidade de estar nos Estados Unidos para acompanhar de perto, mas tenho certeza que todos, se pudessem, estariam aqui apoiando. Foi especial e incrível, espero viver muitos desses momentos aqui.

— É a oportunidade de jogar contra um time da Premier League, topo da Europa. Sempre especial, mas não quero focar neles agora. Temos três grandes desafios, o primeiro é contra o Esperánce e passa muito por cada jogo a classificação. Não adianta focar em só uma partida e esquecer as outras. Acho que será um grande jogo, mas ainda temos muito a pensar sobre isso. Tem grandes jogadores lá que acompanhamos pela TV. Será especial, mas temos de focar primeiro no Esperánce porque será um desafio grande. É uma estreia e passa por isso conseguir a classificação.

Léo Ortiz, durante entrevista coletiva do Flamengo — Foto: Thiago Lima/ge

— Foi um jogo muito duro (no playoff), duas equipes que seriam adversários complicados. O América é um time com muito sucesso no México, o Los Angeles é mais novo. Tem o Galaxy, e o LAFC está tendo mais sucesso recentemente. Tem jogadores de qualidade que já passaram por grandes times na Europa, como o Giroud, Lloris, o Igor jogou com a gente, o Bouanga vem se destacando. Jogadores que teremos uma preocupação maior e vamos tentar pará-los. O desafio não é só jogar contra grandes clubes como Chelsea e Bayern, mas também contra outros mercados, culturas e jogadores que não são tão conhecidos, mas serão difíceis de marcar também. Um grande desafio, espero que a gente possa se dar bem contra eles.

— São jogadores que passaram lá fora e vão nos ajudar muito com a experiência. Temos grandes jogadores além desses, Arrasca já jogou Copa do Mundo, Varela... podemos citar vários jogadores que já tiveram oportunidades assim e podem passar a experiência para nós.

— A pressão é boa de vestir e representar a camisa do Flamengo em uma competição tão grande, contra grandes clubes. Ansiedade é boa de vivenciar algo novo. Isso vai passar por todos os times. Poucos grupos tem times que se enfrentam mais seguidos, talvez PSG e Atlético de Madrid pela Champions, mas a maioria serão jogos inéditos, que não está acostumado e não conhece tanto o adversário. É uma ansiedade e pressão boas de estar em um palco como a Copa do Mundo de Clubes. É o momento de chegar e desfrutar. É para isso que trabalhamos desde moleque. Chegar em momentos como esse, vestir a camisa de um clube tão grande e uma competição assim. É um momento especial. Estou ansioso de viver isso.

— Acho que temos de manter a maneira de jogar. Cheguei até onde cheguei jogando dessa maneira. Sinal de que as coisas estão dando certo. Lógico que vamos ter de entender o jogo, como os times se portam, os clubes da Europa tem uma organização e encaixe melhor no meio. Às vezes é mais complicado forçar os passes por dentro, vamos ter de achar soluções, mas sempre mantendo o modelo de jogo. Temos uma identidade muito forte, com jogadores de qualidade top mundial também. Temos de manter a maneira de jogar, se for para ganhar, perder ou empatar, que seja da maneira que o Flamengo sempre joga.

— Sempre tive um objetivo de jogar fora. Todo jogador vislumbra isso. Mas, com o passar do tempo, fui acreditando que as coisas acontecem porque tem que acontecer. Fui muito feliz jogando no Red Bull Bragantino por todo esse tempo, as pessoas às vezes questionam isso por não estar em um clube maior. Talvez se não tivesse ficado tanto tempo lá eu não teria conhecido minha noiva, é algo que levo para a vida. Minha família foi muito feliz lá também. Chegou no momento que tinha de acontecer eu vir para o Flamengo. Talvez se eu viesse dois, três anos antes quando surgiu a oportunidade - não foi por minha escolha não vir, o clube rejeitou logo no começo -, mas se não estivesse tão pronto para chegar como cheguei e dar conta logo de início.

— Sou muito realizado com a minha carreira, o que estou vivendo no Flamengo é especial para mim. Me sinto pronto para tudo que estou vivendo aqui, cheguei à Seleção no Bragantino, que foi especial para mim, o clube e a cidade. Hoje podendo voltar, ser campeão da Copa do Brasil no primeiro ano e jogando. Tem muitas coisas para buscar e realizar aqui. Ganhar uma Libertadores, Brasileiro, quem sabe uma Copa do Mundo de Clubes. Só de disputar já é uma realização especial. Penso muito no hoje, não quero pensar no futuro e o que virá, mas sou muito realizado com a minha carreira e feliz com o momento que vivo.

— Acho que sim. Espero que venham momentos melhores ainda, conquistas maiores com a camisa do Flamengo. Mas acho que hoje vivo meu melhor momento, sendo mais reconhecido pelo que eu faço. Já fazia muita coisa boa no Bragantino, mas talvez por não ter a visibilidade como tem hoje não aparecia tanto. Muito feliz por tudo que vivo.

— É um pouco do entendimento do momento do jogo em alguns momentos. Temos uma intensidade muito grande e em alguns momentos, no Brasileiro principalmente, colocamos lá no alto o tempo inteiro. É muito difícil colocar os 90 minutos na sua máxima. Acho que em alguns momentos precisamos controlar um pouco o jogo. Tem muitos jogadores com capacidade de achar passe vertical a todo momento e outros de velocidade que buscam atacar o espaço. Às vezes o passe está muito limpo para ir à frente e queremos ir toda hora.

— Em alguns momentos vai errar e isso gera contra-ataque, faz perder a confiança de dar o passe de novo. Em alguns momentos precisamos controlar a partida, ter a bola mais, não só por ter a bola porque não faz sentido, mas achar o melhor momento para atacar. Às vezes ficamos muito na trocação e fica um jogo de vai e volta. Para o nosso time, que tem muita qualidade, focar assim é se desgastar mais e não tem o ajuste fino para dar um passe ou terminar uma jogada com finalização de qualidade. É mais entendimento do momento do jogo e timing da partida do que falta de confiança.

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Fonte: Globo Esporte
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