Conhecido historicamente por seu futebol ofensivo, o Flamengo chega à disputa da Copa do Mundo de Clubes com um novo trunfo: o setor defensivo. Em entrevista concedida nesta sexta-feira (13), nos Estados Unidos, o zagueiro Léo Ortiz destacou a consistência da defesa rubro-negra, que se destaca tanto no Campeonato Brasileiro quanto na Libertadores como a menos vazada.
Ortiz também comentou um levantamento que mostra o Flamengo como o time com maior índice de pressão alta no campo adversário entre todas as equipes das cinco principais ligas europeias. O defensor reconheceu que esse modelo de marcação exige muito, mas destacou a sincronia coletiva como fator determinante para o sucesso da estratégia implementada por Filipe Luís.
"Acho que realmente é algo arriscado, mas no futebol... o Filipe fala muito sobre correr riscos. Não só sem a bola, para pressionar alto e manter a linha de defesa no meio-campo praticamente, mas também sair jogando com a bola e em algum momento arriscar", disse, antes de completar:
"O que acho que acontece para ser a defesa menos vazada do Brasileiro e da Libertadores é o conjunto. Não dá para colocar só na linha de trás. Porque nossa pressão aconteceu desde la da frente. Logico que temos que andar em conjunto, sempre o Filipe fala isso, quando lateral avança o zagueiro tem que ir junto. Se não acaba um efeito domino e as peças vão caindo. Acho que trabalhar junto é o principal fator para esse êxito defensivo", complementou.
Mesmo enfrentando altos e baixos na temporada, o Flamengo encerrou a fase de grupos da Libertadores com apenas três gols sofridos — desempenho que o coloca ao lado do Racing como a melhor defesa do torneio. No Campeonato Brasileiro, os números também impressionam: foram apenas quatro gols em 11 jogos, contra sete do Botafogo, segundo melhor nesse quesito.
Sobre os momentos de instabilidade em algumas partidas, principalmente quando a equipe não consegue abrir o placar nos primeiros minutos, Léo Ortiz avaliou que isso se deve à leitura equivocada do ritmo do jogo. Segundo ele, o time, por vezes, força jogadas em momentos em que deveria cadenciar mais, aproveitando melhor a qualidade técnica do elenco para controlar a partida com mais paciência.
“Acho que é sobre o entendimento do momento do jogo. A gente é um time de intensidade. Em alguns momentos, no Brasileiro principalmente, a gente tenta colocar a intensidade lá em cima o tempo inteiro. A gente precisa controlar mais o jogo em alguns momentos, porque a gente tem jogadores com capacidade de achar passe vertical e jogadores de velocidade. Às vezes o passe está muito limpo para ir para frente, e a gente quer ir toda hora ”
"Em algum momento vai errar, e isso acaba gerando contra-ataques e acaba fazendo você perder um pouco de confiança. Acho que é ter a bola um pouco mais, não só ter a posse, mas achar o melhor momento para atacar. Fica muito na trocação. Acredito que, para o nosso time, que tem muita qualidade, ficar nesse vai e volta desgasta mais. Aí você não consegue ter aquele ajuste para dar um passe ou fazer uma finalização de qualidade. "