O Flamengo apresentou oficialmente na tarde desta sexta-feira seu terceiro reforço para a temporada 2024. Depois dos uruguaios De la Cruz e Matías Viña, Léo Ortiz chegou ao clube depois de uma longa novela na negociação pela compra de seus direitos do Bragantino pelo valor de 7 milhões de euros (R$ 37,6 milhões) . Em sua primeira entrevista coletiva no Ninho do Urubu, ele classificou o clube como "o maior do Brasil", citou outros zagueiros históricos rubro-negros e já vislumbrou a chance de conquistar o seu primeiro título com a equipe na semifinal do Carioca contra o Fluminense:
- Muito bom chegar em um momento como esse, já com um clássico. Uma semifinal, um momento importante para o clube. Próximo de conquistar mais um título. Espero que a gente faça dois bons jogos contra o Fluminense, para que consiga chegar na final e eu possa já chegar pé quente, chegar campeão. É importante chegar nesse momento, é uma fase decisiva, já entender o tamanho do clube e do clássico. Estou muito empolgado para poder presenciar o Maracanã, um palco tão importante para o futebol brasileiro - afirmou Ortiz, que já está regularizado e quer ser relacionado neste sábado:
- Espero que eu esteja. Isso vai depender do treinador, mas acredito que sim. Já estou registrado, estava jogando. Estou em ritmo de jogo e preparado se pintar a oportunidade.
Léo Ortiz recebeu das mãos do presidente Rodolfo Landim a camisa 3, que nos últimos anos era de Rodrigo Caio. Ao falar da sua responsabilidade com o número, o zagueiro também citou Aldair, tetracampeão brasileiro com o Flamengo em 1987 e com a Seleção em 1994; e Ronaldo Angelim, hexacampeão brasileiro com o Rubro-Negro em 2009.
- A responsabilidade de vestir a camisa do Flamengo já é muito grande. Tantos zagueiros que passaram aqui, não só vestindo a camisa 3, mas sempre com muita qualidade, que alcançaram um nível muito grande. O que é um objetivo meu também, poder alcançar esse nível. Sei que vai ser muito difícil, porque é a régua que o Flamengo coloca, então estou muito motivado para isso. O Rodrigo é o cara mais recente que vestiu essa camisa, um cara que tenho admirado nos últimos anos, com muita qualidade. Que foi muito importante para a história do Flamengo , conquistando títulos. Espero que eu possa repetir do meu jeito mas com tanto sucesso quanto ele teve - afirmou, completando:
- A importância de vestir essa camisa como zagueiro, como diversos jogadores que passaram por aqui, como Angelim, como Aldair, como outros caras que já passaram há mais tempo aqui. Como o próprio Juan que estava aqui há pouco tempo, tive a oportunidade de conhecê-lo quando estava no Inter, já mais para o final da carreira, mas jogava muito mesmo. Fico muito feliz de vestir essa camisa 3, que é um número que foi importante para mim nesses últimos anos. Fico feliz do Marcos (Braz, vice-presidente de futebol) ter me dado essa oportunidade e espero poder retribuir dentro de campo.
Léo Ortiz chegou como terceiro zagueiro mais caro da história do clube. Se ele conquistar títulos, o Flamengo terá que pagar mais 1 milhão de euros (R$ 5,3 milhões) de bônus ao Bragantino. Com isso, o defensor custaria R$ 43 milhões e superaria os valores corrigidos de Léo Pereira e Gamarra, os líderes do ranking . No início da apresentação, ele recebeu as boas-vindas do presidente Landim, Bruno Sindel (diretor executivo), Reinaldo Belotti (CEO) e Marcos Braz, que enalteceu o final feliz da "novela":
- Satisfação enorme estar apresentando o Léo. Como todo mundo falou, a "novela Léo Ortiz", mas não é isso. Em função da complexidade da contratação do atleta e em função do tamanho dele, da qualidade dele. E lógico, na parte financeira que se tem que ajustar. Agradecimento ao próprio Léo, que desde o primeiro dia que a gente se falou teve uma combinação mútua e não se largou mais. Sempre respeitando o Bragantino, mas a gente tinha que respeitar também o nosso orçamento. Demorou um pouquinho. Agradecimento também ao Paulo (Pitombeira, empresário). Foram inúmeras ligações, inúmeros estresses durante esse processo todo, mas você foi muito importante nesse processo.
Veja outras respostas de Léo Ortiz:
- Desde o primeiro dia que conversamos, expus minha vontade, já tinha falado lá no Bragantino, sempre com muito respeito. Mas era uma oportunidade única, que não bate duas vezes na porta. Não poderia perder essa oportunidade de estar em um grande clube, o maior do Brasil. Muito feliz com minha chegada e a recepção de todos aqui. Agora, é a parte boa que é jogar.
- O Flamengo traz muitas oportunidades para a carreira. Uma visibilidade maior para a Seleção. O que me chamou mais a atenção foi a força e qualidade do grupo, e a oportunidade de vencer muitos títulos e entrar na história do Flamengo que é sempre muito difícil por todos os jogadores que passaram e fizeram história. Você entra para um seleto grupo de pessoas do mais alto nível no futebol. É uma oportunidade que não surge para qualquer jogador.
- A gente se enfrenta pelo menos uma vez por ano. Durante esse tempo na Série A, enfrentei muitas vezes o Flamengo . Uma atmosfera incrível. Mesmo contra, dá motivação para jogar, pela torcida, fator Maracanã, um palco histórico do país. Ter toda essa massa a favor, vestindo essa camisa, sabendo que nos momentos bons e ruins estará ao lado apoiando, fico feliz. Espero que muitas conquistas venham para comemorarmos juntos.
- Ele foi o primeiro treinador que me levou para a Seleção, três vezes. Acredito que tenha muita fé no meu trabalho, não só no campo quanto como pessoa do tempo em que trabalhamos juntos. Nas primeiras conversas, sempre manifestou esse desejo que eu viesse. Grupo forte, com muita qualidade, que eu agregaria muito em quantidade e qualidade técnica. Sempre foi primordial que eu estivesse aqui. Me recebeu muito bem como na Seleção. Agora, vou ter um trabalho mais longo com ele no clube. Estou ansioso para poder cada vez mais me adaptar ao estilo que ele coloca e que bate com minhas características.
- Foi realmente difícil por alguns momentos, principalmente depois de os campeoantos começarem. É complicado estar envolvido nas negociações e jogando em jogos importantes como em uma disputa de pré-Libertadores. Foi desgastante, não com as pessoas, mas com tudo acontecendo. Tinha muita confiança de que daria certo e viria no tempo certo. Quando parecia que não iria andar, Bruno e Marcos estiveram firmes que estaríamos juntos até o fim. E eu mostrando minha vontade ao Bragantino. Tudo tem o tempo para acontecer e aconteceu no seu tempo.
- Com certeza. O Flamengo é um clube que pensa grande, pensa nos principais títulos e jogos do ano. Os jogadores também têm que pensar grande aqui. E com certeza são objetivos que eu tenho. De ganhar uma Libertadores, de buscar um Mundial, de poder ter essa oportunidade de grandes jogos, de ter a chance de ir para uma Copa do Mundo com a camisa do Flamengo . Quem está aqui no Flamengo tem que pensar grande como o clube.
- Concordar que é um camisa 10 que joga na zaga é difícil.. Mas é da minha característica ajudar muito na construção do time. Eu gosto de ressaltar sempre que a principal característica do zagueiro tem que ser na parte defensiva. É um bônus essa parte de construção e nos dias de hoje é muito positivo, porque sabemos como as equipes se portam contra um clube como o Flamengo . E o time vai precisar desses jogadores que constroem lá de trás, que chegam conduzindo, ou seja, achando um passe mais longo.
- Acho que o Tite preza muito por isso, já prezava na seleção brasileira e tem prezado isso no Flamengo . Vemos jogadores aqui que têm essa característica também. Eu chego para agregar nessa função, mas sempre focando na parte defensiva primeiro. E, logicamente, sempre que eu puder ajudar na parte ofensiva, construindo, seja em passes curtos ou longos, poder fazer o meu papel também.
- Enxergo de uma forma muito positiva. Além de meus companheiros estarem fazendo uma campanha muito boa e um momento defensivo muito bom, de estarem sofrendo poucos gols, fica muito mais fácil de se adaptar também. Eu venho para agregar, para que tenhamos mais jogos sem sofrer gols. Esse é o meu objetivo, ajudar nesse sentido. E que todos possam crescer. Quando tem muitos jogadores bons disputando uma posição, é sinal de que todos vão crescer e evoluir, seja no sentido de campo ou no de grupo.
- É para isso que eu venho, para agregar nesse sistema que já está muito forte. Como o Braz disse, vamos ter muitos jogos durante essa temporada. É sempre difícil repetir o time em muitos jogos. Tenho certeza de que vai ser um problema muito bom para o Tite saber que ele tem grandes jogadores na mesma posição. E que, independentemente de quem jogar, vai dar conta do recado e não vai levar gols sempre.
- Tirar o sono não, porque acho que temos que estar acostumados com isso, para enfrentar grandes jogadores. Mas o jogo contra o Flamengo é sempre um jogo que você se prepara muito bem, se prepara melhor do que os outros. Porque a qualidade dos jogadores é inegável. Jogadores de seleção brasileira, seleção uruguaia, como Arrascaeta e De la Cruz hoje. A gente tem que estar sempre preparado, mas acabamos nos preparando um pouco mais, estudando um pouco mais os jogadores. Fico feliz agora de tê-los do meu lado, jogar ao lado desses craques que tive a oportunidade de enfrentar nos últimos anos e agora vou poder usufruir da qualidade deles ao meu favor.
- Em relação ao futsal, trago muitas coisas que me fizeram crescer dentro do futebol de campo. Eu fiz a transição tarde, com 16 anos. Basicamente, quase tudo que aprendi foi no futsal e consegui implementar algumas coisas para o campo, como a leitura de jogo, antecipação em alguns momentos. O meu pai sempre foi o cara mais importante para mim, não só dentro de campo e dentro do futebol, mas também de fora, sempre foi um exemplo.
- Eu peguei o final da carreira dele, então o auge dele eu não pude presenciar fisicamente, mas lógico que sempre acompanhava os vídeos que ele tinha guardado. Pude acompanhar o final da carreira e já foi algo muito importante para mim, principalmente como era o profissionalismo dele, o caráter, a maneira como ele lidava com as pessoas. Isso serviu de exemplo não só para dentro de campo mas também para o meu crescimento fora.
- A responsabilidade é sempre muito grande. Independentemente do valor, chegar ao Flamengo já te traz uma responsabilidade grande. Sabendo que pode chegar a ser o zagueiro mais caro da história do Flamengo traz um peso maior ainda. Mas acredito que estou preparado para isso. Sei da história, sei do tamanho do Flamengo . Me preparei nos últimos anos para que chegasse a esses momentos grandes, que é chegar a um clube como esse, chegar na seleção brasileira como cheguei.
- Acredito que estou muito preparado para isso. O valor, óbvio, não entra em campo. O que vai marcar a história do Flamengo é o que eu vou fazer no dia a dia, o que eu fizer nos jogos principalmente, os títulos que eu conquistar. Então, acredito que esse esforço vai valer a pena.
- A grandeza do Flamengo e a possibilidade de conquistar muitas vitórias e muitos títulos aqui. Entrar para a história de um grande clube no cenário brasileiro e mundial. Essa oportunidade não acontece mais de uma vez. Conquistar títulos foi a principal motivação. Eu já era titular la e aqui com certeza eu venho para disputar uma posição e brigar por esse lugar na vaga de titular. Mas o principal para mim é conquistar títulos, seja jogando 80 jogos ou jogando 10. Eu quero estar participando de um time vencedor.
- Libertadores é uma competição que eu particularmente gosto muito de jogar. Já tive a oportunidade de jogar duas vezes com o Bragantino, esse ano e há dois anos. É um torneio muito bom de jogar e que o Flamengo já tem um histórico muito positivo. Fico muito feliz de poder disputar uma competição como essa e, com a camisa do Flamengo , isso é totalmente diferente.
Poder jogar um jogo de Libertadores, vestindo o Manto, com a torcida toda apoiando no Maracanã é uma sensação que é diferente de qualquer outra. Estou muito feliz com essa oportunidade e ansioso para ver quem vamos enfrentar. Com certeza, jogando pelo Flamengo todos os jogos são grandes e vistos por todos. Muito feliz para essa chance.
- Já tinha conversado um pouco com eles antes de fechar aqui. Tinham me mandado mensagem perguntando como estava acontecendo tudo. Me receberam muito bem aqui, os outros jogadores também, da mesma forma. Já havíamos nos enfrentado outras vezes e acabamos criando uma relação nesses confrontos. O Fabrício foi um cara que eu pude fazer história lá no clube, chegando a uma final de Sul-Americana. Temos um entrosamento legal. E o Matheus a mesma coisa. Foi um tempo mais curto no Bragantino, mas sempre foi um moleque que me tratou muito bem, sempre nos respeitamos muito. Ter a chegada já conhecendo eles aqui sempre deixa tudo mais fácil.
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