LDU x Flamengo: rubro-negro tem atuação segura, mas 'pisa em ovos' para levar ponto na altitude; leia análise

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Voltar da altitude com algum ponto na bagagem nunca é algo a se reclamar para um time brasileiro. O Flamengo encarou o principal desafio de sua jornada na fase de grupos da Libertadores , contra a LDU, em Quito, e empatou em 0 a 0. Para quem enxerga o copo meio cheio, foi um bom resultado diante da quantidade de desfalques para o técnico Filipe Luís no estádio Casa Blanca e do roteiro relativamente seguro em um ambiente adverso. Quanto ao copo meio vazio, alguns nomes seguem decepcionando, e a terceira posição no Grupo C causa desconforto ao fim do primeiro turno.

O rubro-negro pode se gabar de ter conseguido fazer valer sua estratégia. É fisicamente impossível reproduzir o futebol de pressão alta nas circunstâncias impostas pelos 2.850 metros de altitude da capital equatoriana. O mais importante foi resistir e minimizar o prejuízo da derrota em casa para o Central Córdoba na rodada passada. Para isso, o time manteve o controle até onde conseguiu e contou com uma pitada de sorte nos momentos de pressão final do time da casa.

Foi sintomático Danilo ter sido eleito o melhor em campo e Pulgar ter feito uma partida muito correta nos combates à frente da defesa. Qualquer análise, porém, seria diferente se Estrada não estivesse impedido ao balançar a rede ou se tivesse sido mais preciso na cabeçada que teve completamente sozinho — ambos os lances já na reta final da partida.

— No futebol, temos que aprender a sofrer, seguramente. Penso que hoje poderíamos ter saído com os três pontos se tivéssemos um pouquinho mais de concentração. Queríamos mesmo fazer os gols e vencer — disse Danilo. — A equipe está de parabéns porque lutou junto até o fim. Não é fácil nessas condições. Ainda tem um caminho pela frente, temos partidas para vencer e passar em primeiro.

A LDU soma cinco pontos, enquanto Central Córdoba e Flamengo têm quatro. O time argentino recebe o lanterna Deportivo Táchira amanhã e tem confronto direto com o rubro-negro no dia 7 de maio. Se a situação ainda parece contornável, porém, não é das mais confortáveis — principalmente porque as atuações discretas no torneio não vêm agradando.

Só duas chances

O equilíbrio pautou a maior parte de um jogo no qual o rubro-negro teve mais posse de bola e buscou cadenciá-la, diante de um time equatoriano que aceitava a imposição e apostava em contra-ataques e em bolas longas. Nesse cenário, o Fla só criou duas chances reais: no primeiro tempo, com Arrascaeta batendo fraco de perna esquerda, e, no segundo, com Luiz Araújo exagerando na força após costurar vários marcadores.

Sem poder contar com Plata, desfalque de última hora, Filipe Luís lançou Juninho como titular. O atacante não brilhou, mas também não decepcionou por completo, diferentemente de Gerson e Bruno Henrique, que passaram longe de serem atuantes. Lá atrás, o outrora criticado Ayrton Lucas segurou a barra.

A LDU esteve abaixo do esperado de forma geral e só cresceu no segundo tempo, quando a condição física do time brasileiro naturalmente caiu. Os equatorianos identificaram brechas, sobretudo em bolas longas. Os 15 minutos finais foram o típico desespero na altitude, com cruzamentos em grande quantidade, mas Rossi não teve nenhuma finalização contra sua meta.

O Flamengo “pisou em ovos” em Quito, claramente não querendo se abrir demais para não complicar uma situação que se agravou por conta do péssimo resultado na segunda rodada. Antes de voltar a pensar na Libertadores, a equipe agora tem três compromissos nacionais, o próximo contra o Corinthians, às 16h de domingo, pelo Brasileiro.

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Fonte: O Globo