Quando Yan Couto alçou a bola para a área do México já aos 48 minutos do segundo tempo do Mundial Sub-17 , Lázaro olhou para cima e viu mais do que uma chance de gol. Era a oportunidade de reviver o heroísmo da semifinal contra a França e fechar com chave de ouro uma temporada de intensas emoções. O tapa certeiro no canto do goleiro foi o gatilho para uma comemoração debochada, como se falasse: "Vejam só, resolvi de novo".
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A glória do tetracampeonato mundial para o Brasil no estádio Bezerrão é o episódio mais recente de uma carreira promissora. Não só por ter brilhado nos momentos decisivos em um Mundial para o qual não estava convocado inicialmente, Lázaro chama atenção pelo que tem feito no Flamengo .
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Como anunciado em setembro, há um contrato assinado para vigorar até março de 2025, que estabelece multa rescisória de 80 milhões de euros (cerca de R$ 370 milhões). Isso representa a esperança de que ele seja mais uma joia lapidada no Ninho do Urubu a chamar a atenção no profissional.
Lázaro foi o artilheiro do Brasileirão Sub-17, com 14 gols em 14 jogos da campanha que teve o Flamengo campeão. Números do site O Gol apontam, ao todo, 31 jogos e 24 gols no ano. Por isso, fez parte das convocações prévias ao Mundial Sub-17, mas a presença no torneio só se deu pela lesão de Juan, do São Paulo.
O pai dele, Wanderson, queria que o menino fosse volante. Mas os atributos técnicos o levaram ao ataque. A lapidação começou cedo, aos 6 anos, em uma escolinha do Flamengo em Rio das Ostras, Região dos Lagos. E um teste no clube deu início à mudança de vida. A rotina de vir ao Rio era cansativa para o menino, que às vezes até abria mão de tomar banho antes de dormir.
A família se mudou para São Gonçalo e passou a fazer um trajeto parecido com o de Vinicius Júnior ao ir para o Ninho do Urubu. Curiosamente, Lázaro hoje é agenciado por Ulysses Leão, tio de Vinícius Júnior.
A distância para o CT rubro-negro diminuiu quando ele passou a morar com a mãe Jeane e a irmã Beatriz em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio. O pai não veio junto para não deixar o emprego e perder a renda.
Em 2018, Lázaro já era um dos destaques do sub-17 do Flamengo, do time campeão da Copa do Brasil sobre o Fluminense. Mas ele não esteve no segundo jogo da final - quando Reinier fez o gol da vitória - porque foi um dos contaminados pelo surto de caxumba.
Lázaro disputou torneios fora do Brasil com o Flamengo. E essa experiência desde o sub-15 o aproximou de um dos jogadores que se tornariam vítimas do incêndio que atingiu o Ninho do Urubu em fevereiro deste ano: Rykelmo.
Após a tragédia no CT rubro-negro, o luto foi abrangente, mas Lázaro, que também nasceu em 2002 como o meio-campista, reservou mensagens específicas para o Bolívia, como era apelidado.
- Vá com Deus, meu pitbull. Estarei dentro de campo fazendo o que você fazia de melhor, dando a vida em cada jogo, irmão. Cada gol será para você, irmão!
Pela promessa, o gol da final do Mundial sub-17 também é um laço de lembrança e homenagem a quem, talvez, fosse receber o campeão com um abraço no reencontro com os outros garotos do Ninho.