Enquanto jogadores e dirigentes do departamento de futebol eram alvos de protestos na chegada ao Rio, na manhã desta sexta-feira, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, se escondia e esperava a poeira baixar, como tem feito ao longo do ano e em toda crise do clube.
O mandatário se esquivou dos xingamentos da qual foi alvo desde a eliminação da Libertadores no Paraguai, adiou a saída do aeroporto em alguns minutos, ao lado de cartolas da Gávea, após atletas e funcionários do futebol serem hostilizados e responsabilizados pela queda no pé do ouvido.
A imagem de Landim se escorando nas paredes do aeroporto do Galeão para evitar os torcedores rubro-negros viralizou. Assim como os comentários sobre a postura passiva do presidente, que em momentos de campanha sempre cobrou que houvesse mudanças em caso de insucesso.
Até o momento, entretanto, o mandatário não indicou que vai alterar o rumo. Responsável direto pela contratação de Jorge Sampaoli, Landim não deu nenhum sinal de que vai querer a saída do técnico. Também não discursou no sentido de uma mudança estrutural no departamento de futebol. Não houve cobranças internas após a eliminação para o Olimpia.
Leia-se: o vice de futebol Marcos Braz, o diretor Bruno Spindel e os gerentes Fabinho e Juan seguem com seus cargos intactos. Não há pressão política suficiente que force qualquer saída, e no organograma do futebol as funções são interdependentes e com ligações pessoais diretas.
Com o escudo mantido, Landim segue alheio às questões do dia a dia do futebol. E é pouco cobrado por isso em função dos resultados financeiros que o Flamengo entrega nos últimos anos, tanto dentro de campo como principalmente fora dele.
Com a Copa do Brasil pela frente - a semifinal contra o Grêmio será no dia 16, com 2 a 0 no jogo de ida - o Flamengo segue em busca de um título para não jogar uma temporada que começou errado no lixo. Apenas uma queda inesperada em outro mata-mata poderia abreviar saídas de técnicos e diretoria.