Após a expressiva aprovação do Conselho Deliberativo do Flamengo, com 602 votos favoráveis, 33 contrários e quatro abstenções, autorizando a participação do clube no leilão público para a compra do terreno no Gasômetro, o presidente Rodolfo Landim fez um discurso inflamado em frente à Gávea, perante membros de torcidas organizadas.
- Obrigado pela vigília e pelo apoio de vocês. Esse estádio que estamos fazendo é de todos nós, de todos os rubro-negros. Finalmente vamos ter a nossa casa, nosso sonho vai ser realizado. Já deixo de antemão o convite para todos vocês. A gente arrematando esse terreno e ganhando a posse dele, eu vou convidar todas as torcidas para irem comigo e tomarmos posse juntos. Vamos cravar a bandeira do Mengão.
Em meio aos torcedores, Landim reiterou a promessa de setores populares atrás dos gols em um estádio que ele descreveu como "raiz". Durante uma entrevista recente ao Charla Podcast, o presidente afirmou que o futuro estádio contará com nove mil lugares atrás de um gol e outros 14 mil no lado oposto.
- Como eu já prometi diversas vezes, vamos ter um setor popular atrás do gol, de um lado e de outro. Setor raiz para vocês. Ingresso a custo baixo para aquele que sempre for ao estádio - bradou.
A assembleia que deu a autorização ocorreu no Ginásio Hélio Maurício, na Gávea, onde Landim aproveitou a oportunidade para mencionar Gabigol, com quem enfrenta uma negociação tumultuada para renovação de contrato.
- Falei que esse estádio no fundo é para os torcedores. O Flamengo faz isso para melhorar a qualidade de serviço para o nosso torcedor. Vai ter uma casa própria finalmente se a gente conseguir estruturar. Tenho muita convicção que é possível. E de uma forma como a torcida quer: uma arena muito mais caldeirão. Vai ser como a torcida quer. Como diz o Gabigol, vamos transformar ali em nosso inferno lá. Vamos ter nosso inferno nos nossos jogos lá - disse Landim.
Apesar das dificuldades no relacionamento, o presidente do Flamengo celebrou com os torcedores, cantando o hino do clube em um momento de união e entusiasmo.
- A gente entende que fontes de receitas que vão fazer parte disso vêm de outros locais. Vêm de negociação de naming rights, sejam setoriais ou do estádio inteiro. A gente vem numa discussão com a Prefeitura de nos dar o potencial construtivo da Gávea, que gera uma receita bastante significativa. Existem outras fontes de receitas, como camarotes, cadeiras cativas. Existem fontes de recursos já aprovadas pelo Conselho Deliberativo, como a venda de apartamentos que a gente tem para investimento em patrimônio.
Com a autorização em mãos, o Flamengo se prepara para participar do leilão público do Gasômetro, marcado para a próxima quarta-feira, às 14h30 (de Brasília), no auditório do Centro Administrativo São Sebastião (CASS), sede da Prefeitura do Rio de Janeiro. O lance mínimo estabelecido é de R$ 138.195.000,00 e deve ser feito à vista, conforme as normas do edital de leilão.