Juventude x Flamengo: Bola aérea castiga o rubro-negro em jogo que o time poderia ter tido sorte melhor; leia análise

Por mais que a partida tenha 90 minutos que podem ser analisados de diversas formas, uma só frase clichê pode definir bem a derrota do Flamengo por 2 a 1 para o Juventude: “o feitiço virou contra o feiticeiro”. Acostumado a marcar gols nos adversários na reta final das partidas, ontem foi a vez do rubro-negro provar do seu veneno, estragando uma noite em que o goleiro Rossi foi praticamente perfeito. Ao todo, o argentino fez sete defesas, sendo pelo menos quatro à queima-roupa.

O resultado no Alfredo Jaconi, porém, foi justo. Com 53% de posse de bola, o Juventude foi melhor e, com 15 finalizações a nove, jogou para vencer. No entanto, também é verdade afirmar que o Flamengo poderia ter tido sorte melhor, não só pela grande atuação de Rossi, mas também pelo ótimo desempenho de Mateus Claus, goleiro do time de Roger Machado.

— Tiveram alternâncias e momentos de domínio e oportunidades vivas de gols, com os goleiros participando. Lembro de três defesas bastante efetivas de cada goleiro em oportunidades claras. O Juventude é muito bem treinada, o Roger é um grande treinador e soube fazer as modificações para gerar intensidade. Teve a felicidade na bola parada de dois grandes batedores, eles têm bons cabeceadores. Assim como em outros momentos nos beneficiou, também temos que reconhecer — analisou Tite.

Além do belo gol marcado por Pedro, que abriu o placar de peito em passe açucarado de Luiz Araújo — participativo, o camisa 7 foi o melhor jogador de campo do time —, o rubro-negro ainda teve ótimas oportunidades com Lorran, o próprio Luiz Araújo e Ayrton Lucas. No entanto, todas foram bem defendidas por Claus.

Mesmo assim, foi o Juventude quem teve o controle da partida. Sem um ponta esquerda de ofício (Everton Cebolinha e Bruno Henrique estão lesionados), Tite optou por escalar o meia Victor Hugo pelo lado esquerdo do ataque, numa função parecida com a que Gerson costuma realizar quando está escalado na direita. Talvez a escolha já indicasse que a expectativa do treinador era de um jogo físico, muito devido ao campo pesado do Alfredo Jaconi, onde fortalecer o meio e a troca de passes poderia ser o melhor caminho para um bom resultado. Mas não foi bem isso que aconteceu.

Sob a tutela do volante Caique e do experiente Nenê, os donos da casa conseguiram empurrar o Flamengo para trás e levar perigo, principalmente na base dos cruzamentos. Foram 26, sendo dez certos. Foi justamente assim que o Juventude chegou a vitória.

Jejum em Caxias do Sul

No empate, Nenê cobrou falta quase na marcação de escanteio e Lucas Barbosa subiu na primeira trave, atrás de Pedro, que não conseguiu afastar, e marcou. Depois, já aos 42 minutos da segunda etapa, Jean Lucas cobrou escanteio, Ewerthon raspou também na primeira trave e Luis Mandaca empurrou para dar a vitória ao Juventude. Logo após o lance, as câmeras de transmissão do Premiére flagraram Rossi inconformado com o gol sofrido.

— Acho que o jogo foi um pouco pesado, muito pelo gramado alto, o que impediu nosso jogo rápido. Tenho que parabenizar o Juventude, porque fizeram uma grande partida. Agora é olhar para frente. Temos a sorte de jogar rápido, já no domingo, o que nos permite “mudar o chip” e focar na próxima partida — disse o goleiro argentino.

Com a derrota, o jejum de vitórias do Flamengo em Caxias do Sul contra o Juventude aumentou ainda mais. Agora são 12 partidas sem vencer o time alviverde na cidade — o último triunfo foi em 1997. Além disso, chegou ao fim também a sequência de nove jogos invicto do rubro-negro.

No domingo, às 18h30, o time de Tite volta a campo contra o Cruzeiro, no Maracanã.

Fonte: O Globo