O Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro acatou, nesta quarta-feira, o pedido do atual presidente do Flamengo Rodolfo Landim, para que não seja obrigatória a apresentação de carteirinha de sócio na eleição do clube, que acontece na próxima segunda-feira (9). Dessa maneira, basta qualquer documento oficial para os votantes exercerem seu direito de escolha.
"Pelo exposto, considerando os fundamentos acima consignados, notadamente pela ausência de expressa previsão regulamentar e diante da necessidade de assegurar e facilitar o direito do associado eleitor ao voto, sem restrições, embaraços ou pejo, acolho o pedido liminar, para determinar que o réu, por seus órgãos competentes, notadamente a Assembleia Geral, responsável pela organização do pleito eleitoral, se abstenha de exigir a apresentação da carteira social, dentro do prazo de validade, mantida a exigência de apresentação de documento oficial, com fotografia e número de inscrição no CPF, para que os associados possam exercer o direito de voto nas eleições do dia 9 de dezembrode 2024."
Landim alegou isso valeu para eleições anteriores e cita o exemplo do Palmeiras, que reelegeu Leila Pereira recentemente. Vale lembrar que o Flamengo mudou a forma de acesso na sede da Gávea, e adotou a biometria facial em suas entradas. O problema é que muitos sócios não atualizaram as fotos no sistema. A necessidade da carteirinha em caso de foto desatualizada na biometria facial poderia criar, no dia do pleito, confusão na secretaria do clube, que tem apenas sete guichês.
A diretoria do Flamengo identificou que 20% dos eleitores aptos a votar não possuem a carteira social dentro da validade. Isso significa que cerca de 1.229 associados podem ser impedidos de votar se não for permitido o acesso de outra forma. A exigência dos dois documentos foi feita pela Assembleia Geral do Flamengo, cujo presidente é apoiador do candidato da oposição, Luiz Eduardo Baptista. Landim diz que o órgão não possui poderes para implementar limites ao direito de voto que não estejam previstos no estatuto ou outros dispositivos do clube.
- A gente entende que o candidato Bap e os correligionários dele querem criar todos os impedimentos ao eleitor do Flamengo. As pessoas que usam a biometria facial podem vir de longe, não pode usar só o documento é restringir, não é democrático. O Landim foi só defender o estatuto e a democracia. Várias atitudes limitadoras, como colocar a eleição na segunda-feira, foram feitas, e está errado - disse o candidato apoiado por Landim, Rodrigo Dunshee.
- Acho que é surpreendente a Justiça se meter num assunto desse tipo de uma empresa privada, de um clube que tem esse procedimento há 25 anos. O sócio precisa da carteira para entrar no clube. Vai deixar qualquer um entrar no clube com a identidade dizendo que é sócio? Acho que isso pode trazer problemas, tumultua o pleito, mas a voz da urna é soberana - argumentou Bap.
A reportagem também tentou contato com o candidato Maurício Gomes de Mattos, e aguarda posicionamento.