Justiça absolve réus do incêndio no Ninho do Urubu; famílias protestam contra decisão

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu todos os réus envolvidos no incêndio que vitimou dez meninos das categorias de base do Flamengo em fevereiro de 2019. A decisão foi proferida pela 36ª Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro e gerou indignação entre as famílias das vítimas, que já anunciaram a intenção de recorrer da sentença.

Reações das famílias

A absolvição dos réus trouxe à tona a dor e a revolta das mães dos jovens que perderam suas vidas. Rosana Souza, mãe de uma das vítimas, declarou:

"Estamos em luto, o luto voltou com mais força".
Por sua vez, Alba Valéria Santos, mãe de outro menino, expressou sua indignação ao afirmar:
"Parece que fomos nós os culpados de colocar nossos filhos lá (no Ninho)".

Protesto da associação Afavinu

A associação Afavinu, que representa as famílias das vítimas, também se manifestou contra a decisão judicial. Em nota, a entidade considerou a absolvição uma grave afronta à memória das vítimas e à sociedade. A Afavinu destacou:

"A absolvição dos acusados... renova em nós o sentimento de impunidade".
Além disso, a nota fez um apelo por maior rigor na fiscalização e na implementação de medidas de segurança para evitar tragédias semelhantes no futuro.

Fundamentação da decisão

A sentença judicial apontou a ausência de demonstração de culpa penalmente relevante e a impossibilidade de estabelecer um nexo causal seguro entre as condutas individuais e a ignição do incêndio. Essa fundamentação gerou críticas e questionamentos sobre a responsabilidade em casos de negligência nas instituições esportivas.

Desdobramentos futuros

Com a decisão sendo de primeira instância, as famílias das vítimas e a Promotoria já manifestaram a intenção de recorrer, o que pode trazer novos desdobramentos para o caso. A luta por justiça e por um reconhecimento das falhas que levaram à tragédia continua, refletindo a necessidade urgente de segurança em alojamentos de atletas.

A história do incêndio no Ninho do Urubu permanece um tema sensível, e a busca por respostas e justiça deve continuar a ser uma prioridade tanto para as famílias das vítimas quanto para a sociedade.