Justiça absolve réus do incêndio no Ninho do Urubu; Bandeira de Mello critica investigação

A Justiça do Rio de Janeiro absolveu os sete réus do processo relacionado ao incêndio no Ninho do Urubu, ocorrido em 8 de fevereiro de 2019. A decisão foi comunicada na terça-feira, 21 de outubro de 2025, por meio de uma nota oficial do ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello.

Detalhes da Decisão Judicial

O juiz Tiago Fernandes de Barros fundamentou a absolvição pela ausência de culpa penalmente relevante e pela impossibilidade de estabelecer um nexo causal entre os réus e a ignição do incêndio. A decisão foi baseada em uma perícia inconclusiva e na falta de individualização das responsabilidades dos réus.

  • Márcio Garotti: absolvido por não ter atribuições diretas sobre segurança ou manutenção.
  • Marcelo Maia de Sá: denúncia rejeitada por função administrativa.
  • Danilo Duarte: atuação limitada ao acompanhamento operacional.
  • Fabio Hilário da Silva: não era responsável pela manutenção ou prevenção de incêndio.
  • Weslley Gimenes: cuidava da parte estrutural sem poder decisório.
  • Claudia Pereira Rodrigues: participação restrita à área administrativa.
  • Edson Colman: absolvido por falta de provas relacionadas ao incêndio.

Reação de Eduardo Bandeira de Mello

Em sua nota, Eduardo Bandeira de Mello expressou sua solidariedade às famílias das dez vítimas do incêndio, afirmando que elas "ainda merecem uma resposta completa e definitiva sobre as causas e responsáveis por esta tragédia". Ele criticou a investigação conduzida pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, a qual classificou como "parcial, mal feita, incompleta e contaminada por interferências externas".

Bandeira de Mello complementou: "Embora essa decisão não apague a dor do processo, ela põe fim a um ciclo de desgaste e permite que as atenções se voltem para a identificação e responsabilização dos verdadeiros culpados".

Próximos Passos

Com a absolvição, a decisão ainda cabe recurso, o que pode levar a novas discussões sobre as responsabilidades pelo incêndio. O ex-presidente fez um apelo para que a atenção se volte agora para os reais responsáveis pela tragédia, indicando que a busca por justiça ainda não terminou.

A repercussão da decisão deverá ser acompanhada de perto, uma vez que envolve questões sensíveis tanto para o Flamengo quanto para as famílias afetadas pelo acidente. A comunidade do futebol e a sociedade civil também devem se posicionar sobre as implicações desta decisão judicial, especialmente no que diz respeito à segurança em clubes de futebol.