José Boto é apresentado como novo diretor técnico do Flamengo e dá cartão de visita: 'Quem não trabalhar como queremos, vai sair'

O Flamengo apresentou, no início da tarde desta segunda-feira, na sala de imprensa do CT do Ninho do Urubu, o português José Boto como novo diretor técnico do clube. Em sua primeira passagem pelo futebol brasileiro, o dirigente de 58 estava no NK Osijek, da Croácia, e chega ao rubro-negro com contrato de dois anos (até o final de 2026) para ser o chefe do departamento de futebol na nova gestão que será presidida por Luiz Eduardo Baptista, o Bap, a partir do dia 1° de janeiro.

Integrado ao clube há algumas semanas, Boto já realizou uma análise profunda do elenco rubro-negro e conversou presencialmente com o técnico Filipe Luís. No Rio de Janeiro desde o último sábado, o novo diretor técnico aproveitou os primeiros dias para conhecer os funcionários do clube e se inteirar sobre metodologias.

— Tenho que ser responsável. Não posso chegar aqui e não conhecer as pessoas e o ambiente, e querer fazer as coisas da minha maneira. A primeira coisa que vou fazer é conhecer as pessoas da estrutura do futebol e entender quem se adapta na forma que queremos trabalhar — afirmou Boto.

Sem dar muitos detalhes de como funcionará a estrutura do futebol do Flamengo sob sua tutela, Boto falou em diversas oportunidades sobre "profissionalizar" o departamento. Assim, chamou a responsabilidade para si e, com direito à alfinetada na antiga gestão, disse que, "se Filipe Luís falhar", o culpado será o próprio português.

— O DNA do Flamengo é Zico, Júnior, esta gente toda que passou pelo Flamengo. E é um futebol ofensivo, como era óbvio, e dominante. Temos que dominar. E tudo vai ser feito para respeitar este DNA. A escolha do Filipe Luis como treinador foi da minha responsabilidade. Eu poderia ter escolhido outro — introduziu.

— Quando eu trabalhava no Shakhtar, tínhamos uma coisa chamada "scouting de treinadores". Tínhamos uma linha bem definida de como queríamos jogar, e contratávamos treinadores que respeitavam esse DNA. Criamos uma lista de técnicos que se encaixavam. (Então) o Filipe foi uma escolha minha, e se falhar, a culpa é minha. Porque isto é profissionalização. Alguém tem de ser responsável quando o treinador falha, não é só o técnico. Mas agora toda a gente neste clube vai ter de trabalhar como nós queremos, porque quem não trabalhar como nós queremos, vai sair. Depois se as coisas correrem mal, eu vou ser o responsável — concluiu Boto.

David Luiz é 'assunto encerrado'

Boto também foi perguntado sobre a polêmica envolvendo a não renovação de contrato de David Luiz. O zagueiro afirmou, no último final de semana, que não foi procurado pela antiga gestão e que foi informado da não renovação por parte da imprensa e das redes sociais.

— O David é alguém que sempre colheu o agrado da torcida, das pessoas que trabalhavam com ele, um respeito enorme pela carreira dele, mas o que se passou foi algo profissional. Eu, quando quero contratar um jogador, não falo direto com o jogador, até porque os agentes geralmente ficam putos quando nós fazemos isso. E o que se passou com o David foi - até porque eu tenho relação com essas pessoas que lidam com o David há muitos anos, desde o tempo do Benfica, as pessoas, e não eu estava na Croácia, pediram-me, assim que eu tivesse uma definição, sobre aquilo - que ia acontecer ao David, que lhes comunicasse, assim que eu me reuni com Filipe Luis, que foi comunicado pela manhã muito cedo aqui no Brasil, às pessoas competentes, e foi isso que se passou. Desejo a maior sorte do mundo ao David. É um excelente atleta e sei que é um excelente ser humano. Inclusive recebi aqui uma mensagem do agente dele desejando sorte por parte do David e é um assunto encerrado. Deseja a maior sorte do mundo ao David e que seja muito feliz, como sempre foi em todos os times que jogou.

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Mudanças no elenco

Temos bem claro uma coisa, e quero que isto fique bem claro: o elenco tem uma enorme qualidade. Sabemos que temos que fazer alguns ajustes. E esses ajustes são sempre feitos no tempo em que queremos, e não para agradar a torcida ou a imprensa. Faremos aquilo que achamos que deve ser o ideal para o Flamengo que queremos. Nós queremos que a torcida fique contente em dezembro, e não em janeiro.

Fonte: O Globo