Jorge Jesus fartou-se de dizer nas últimas semanas que “montou todo o Al-Hilal”, time saudita que duela hoje, às 11h, contra o Espérance, da Tunísia, por uma vaga para ser adversário do Flamengo na semifinal do Mundial de Clubes. Entre os árabes, a reação à declaração foi de surpresa. É possível compreendê-los. Afinal, apenas dois dos habituais titulares do time chegaram ao Al-Hilal durante a curta passagem de sete meses de Jorge Jesus pelo clube. E até taticamente o time foi bastante transformado após sua saída.
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Mas também é verdade que Jesus marcou bastante alguns jogadores da equipe saudita. As referências a ele lembram sua forma intensa de trabalhar e contribuições às carreiras de cada atleta.
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É exagero, no entanto, dizer que se verá em campo um Al-Hilal construído por Jorge Jesus. Quando ele assumiu o clube, de cinco a seis jogadores da base titular já iniciavam jogos com frequência havia ao menos um ano. Outros, já tinham cinco a seis anos de clube. Em sua passagem, somente o francês Bafétimbi Gomis e o peruano André Carrillo foram contratados, com participação de Jesus. O italiano Sebastian Giovinco, outro nome de peso do elenco, teve sua contratação definida enquanto o técnico português saía, e o zagueiro coreano Jang Hyun-Soo foi contratado seis meses depois.
— Este time tem um histórico de chegar a várias finais asiáticas. Isto é o trabalho de muitos treinadores. Se falarmos de um, teremos que falar de todos. Mas se ele (Jesus) está dizendo que montou o time, então vamos agradecer. Mas também olhar o trabalho de outros e dizer o mesmo — afirmou, com certa ironia, o romeno Razvan Lucescu, nada menos do que o terceiro treinador do Al Hilal desde a saída de Jesus.