Nesta sexta-feira, dia 29 de janeiro de 2016, Romário faz 50
anos de idade. A data foi lembrada no
Redação SporTV
, que contou com a presença
de uma pessoa fundamental na carreira do ex-jogador: o técnico Joel Santana. A
dupla esteve junta no Vasco, no Flamengo e no Fluminense, tempo suficiente para
criarem um vínculo que se mantém até hoje. No programa, Joel ressaltou a
importância de outros centroavantes, mas disse que nunca viu nada parecido com
o que Romário fazia em campo
(assista ao vídeo)
.
- Além de trabalhar com Romário várias vezes, via os
treinamentos e a facilidade, a clareza, a técnica (dele). Não querendo diminuir
ninguém, Ronaldo foi um monstro, Careca outro, mas era uma coisa incrível a
facilidade que ele tinha de bater na bola, não sei se vou ter vida para ver
coisa parecida. Conheci muitos centroavantes bons, goleadores, mas igual ao
Baixinho... É aquela velha frase: “quem viu, viu, quem não viu só pode imaginar”.
Ele é diferenciado.
Acostumado com Romário, Joel Santana admitiu que sua
principal dificuldade no trato com o Baixinho era na hora do treino físico.
Sempre que podia, o ex-jogador tentava escapar. Os trabalhos na praia também não
eram bem aceitos por Romário.
- Nós nunca tivemos problemas, mas ele detestava fazer um
trabalho físico, era melhor dar um trabalho com bola, uma finalização, mas
negócio de preparação física o Baixinho arrumava alguma coisa. Vinha com aquele
tatibitate, eu também sou meio tatibitate, e aí nós conversávamos, "vamos
lá cara..." (...). Ele odiava correr na praia, mas isso era verdade. Aquele
piso duro o incomodava e dava muitas dores nas costas. Ele odiava correr
naquela areia. Os treinamentos naquela época eram meio absurdos (...). Outra
coisa que ele não gostava era quando apitava os dois toques, porque eu roubava
o time dele, e roubava mesmo.
Joel ainda relembrou a ocasião em que Romário foi parado em
campo por um zagueiro já em fim de carreira, mas que atendia pelo nome de Luís
Pereira, ídolo do Palmeiras e que à época defendia o Corinthians. Antes do
jogo, o Baixinho prometeu algo que não conseguiu cumprir. E Joel não perdoou.
- Na única vez que vi ele quebrar a cara, íamos jogar com o
Corinthians, ele ia pegar o Luís Pereira já no final de carreira. "Vou
pegar o Luís Pereira, o que vou fazer com ele vai dar pena, ele vai tentar me
segurar e vou me escorregar. Você acha que vou perder para o Luís
Pereira?". Olha, ele não pegou na bola, o Luís Pereira marcou ele de tal
maneira, quase andando dentro de campo. Acabou o jogo e não perdi a
oportunidade: "E aí, o que houve hoje?". "O cara foi fogo
hoje...". Mas o Baixinho era infernal. Tive a oportunidade de ver treinamentos,
jogos, ele começando, era muito rápido, mudava muito de direção, uma técnica...
Não dava mais de dois toques na bola, mas com uma precisão que você achava que
aquilo não era possível. Uma impulsão muito grande, velocidade, uma rapidez
quando caía pelo lado esquerdo.