O Flamengo x Santos deste sábado (14), às 16h, no Maracanã, marca também a primeira vez em que Jorge Jesus e Jorge Sampaoli se verão frente a frente em suas carreiras.
Mas engana-se quem pensa que o Campeonato Brasileiro deste ano é o primeiro que os dois disputam ao mesmo tempo. A primazia pertence à Champions League de 2016-17.
E, naquele ano, o Sevilla do Jorge argentino foi mais longe que o Sporting do Jorge português - pero no mucho .
GRUPOS COMPLICADOS
Os dois times ibéricos poderiam até ter caído no mesmo grupo no torneio, já que estavam em potes diferente - Sevilla no 2, Sporting no 3. Mas o sorteio colocou cada clube em um caminho na primeira fase. E os dois grupos não eram dos mais fáceis.
Os espanhóis juntaram-se a Juventus , Lyon e Dínamo Zagreb, da Croácia no Grupo H. Já os portugueses tiveram como rivais de chave o Real Madrid , o Borussia Dortmund e o Legia Varsóvia, da Polônia.
O Sevilla foi bem. Estreou em Turim com um empate sem gols, contra a Juventus. Na segunda rodada, em casa, bateu o Lyon por 1 a 0. Ganhou em Zagreb do Dínamo (1 a 0), mesmo time que golearia por 4 a 0 na rodada seguinte, em casa.
Uma derrota surpreendente em casa, para a Juventus, por 3 a 1, não abalou o time, que empatou sem gols com o Lyon na rodada final e classificou-se para a segunda fase com 11 pontos: três atrás da líder Juve e três à frente do Lyon.
VEXAME
Já o Sporting do professor Jesus não fez muito bonito, não. Estreou com uma derrota até certo ponto normal para o Madrid no Bernabeu (1 a 2) e logo se recuperou, batendo o Legia, em Lisboa, por 2 a 0 na rodada seguinte.
Mas, na sequência, perdeu duas para o Borussia Dortmund - 1 a 2, em casa, e 0 a 1, na Alemanha. Em Lisboa, nova derrota para o Real Madrid, pelo mesmo resultado. E fechou sua participação com uma vexatória derrota para o Legia em Varsóvia, que terminou um ponto à sua frente na tabela.
Com três pontos, o time português foi o último de seu grupo e, junto com Celtic e CSKA Moscou, teve o quarto pior desempenho da fase de grupos - Brugge e Dinamo Zagreb não somaram pontos; Basel e PSV fizeram apenas dois.
OITAVAS E VAIAS
Nas oitavas de final, o Sevilla encarou o Leicester , da Inglaterra, que ganhara a Premier League na temporada anterior.
Na primeira partida, na Andaluzia, o time da casa fez valer o mando e venceu por 2 a 1. Bem ao estilo Sampaoli, os espanhóis dominaram o jogo, com mais de 70% de posse de bola, 22 chutes a gol contra apenas sete e mais de 600 passes trocados.
Sarabia abriu o placar e Joaquín Correa ampliou. Aos 28 da segunda etapa, Jamie Vardy descontou para os ingleses. O Sevilla ainda desperdiçou um pênalti, com Correa, defendido por Schmeichel.
Na volta, em Leicester, os locais também prevaleceram. Fizeram os mesmos dois gols do Sevilla na ida, mas não levaram nenhum, e ficaram com a vaga.
O jogo foi tenso. Morgan e Albrighton fizeram os gols. Nervoso e fora de suas características, defendendo-se muito, o Sevilla ainda jogou os últimos 20 minutos sem o meia Nasri, expulso após cabeçada em Vardy - os dois foram amarelados, mas o do francês era o segundo.
O Sevilla ainda teve um pênalti a seu favor. Mas, como na ida, Schmeichel defendeu. Dessa vez, a cobrança foi de N'Zonzi. Nervoso, Sampaoli também foi expulso
A eliminação fez com que a torcida começasse a olhar o técnico Sampaoli com olhos mais julgadores. E, dois meses, depois, em maio de 2017, sob vaias, ele deixaria o clube rumo à seleção argentina, onde também fez água - mas essa é uma outra história...