Tradicionalmente, o início de ano do futebol brasileiro significa o momento de reorganizar as peças. Entre vendas, compras e empréstimos, as equipes fazem ajustes no elenco para 2025. Só nesta primeira parte da janela de transferências — aberta no último dia 3 e com o prazo final de 28 de fevereiro —, foram 194 movimentações em 14 clubes da Série A (veja informações completas abaixo).
As estratégias são variadas na hora de compor o elenco que iniciará a temporada de 2025. O Palmeiras e o Atlético-MG, por exemplo, preferiram investir em poucas contratações de grande valor. O clube paulista adquiriu Paulinho do Galo por 18 milhões de euros (cerca de R$ 112 milhões, na cotação atual), e em troca cedeu Gabriel Menino e Patrick para os mineiros.
O time de Leila Pereira também desembolsou cerca de R$ 71,6 milhões pelo atacante uruguaio Facundo Torres, ex-Orlando City. Para compensar, a venda do zagueiro Vitor Reis ao Manchester City por cerca de R$ 220 milhões é suficiente para equilibrar as contas. Com outros três jogadores voltando de empréstimo e seis perdas para 2025, o clube mantém praticamente o mesmo número de atletas no elenco. Não é o caso do Atlético-MG, que contabiliza três entradas e sete saídas.
O Galo, no entanto, está longe de ser o único a começar o ano com um elenco mais enxuto do que o do ano passado. Atual campeão brasileiro, o Botafogo perdeu 11 de seus principais jogadores, além do técnico Artur Jorge, e só repôs duas peças. No negócio com o Zenit, da Rússia, por Luiz Henrique, o alvinegro, em contrapartida, ficou com Artur e Wendel — que só chega ao Rio no segundo semestre.
Em situação parecida estão o São Paulo, que se despediu de dez jogadores e só tem duas contratações anunciadas; o Grêmio, que terá dois novos jogadores e onze a menos (incluindo seis que deixaram o clube após o fim de contrato e dois por aposentadoria); e o Internacional, que perdeu treze atletas e só repôs quatro.
No outro lado do espectro, o Bahia lidera com folga o ranking dos clubes com elencos mais ampliados, com seis atletas a mais do que na temporada de 2024. Com 13 chegadas, a equipe pôde liberar quatro jogadores em final de contrato, ceder dois por empréstimo e ainda embolsar 4,5 milhões de euros (cerca de R$ 28 milhões) na venda do meia Thaciano ao Santos.
Ser agressivo na janela de transferências, no entanto, nem sempre significa deixar um rombo nos cofres do clube. É o que o Vasco e Fortaleza exemplificam: com seis e sete reforços, respectivamente, os clubes não gastaram nada para ampliar o plantel. O cruz-maltino tem cinco jogadores que foram adquiridos sem custos de outras equipes e outros dois que voltam de empréstimo. Já o Leão do Pici conta com cinco atletas que estavam livres no mercado, além de David Luiz, que chegou por empréstimo do Flamengo.
Já na lista dos menos movimentados, o Corinthians, que vive momento político conturbado com o presidente Augusto Melo passando por um processo de impeachment, ainda não anunciou reforços. O Flamengo, que contratou Juninho do Qarabag, do Azerbaijão, aparece em seguida como um dos times menos ativos na janela, mas o clube também contará com a volta de Pablo e Thiaguinho após empréstimos para Botafogo e Treze-PB, respectivamente.
Confira a movimentação de 14 clubes da Série A
Chegam: Erick (Athletico), Michel Araújo (São Paulo), Rodrigo Nestor (São Paulo por empréstimo), Erick Pulga (Ceará); Willian José (Spartak Moscou-RUS), Santiago Mingo (Defensa y Justicia), David Martins (América-MG), Zé Guilherme (Grêmio). Voltam de empréstimo: Dênis Junior (Vila Nova), Ryan (CRB), Caio Roque (Londrina), Léo Cittadini (Shanghai Port-CHI), Everton (Londrina), Marcos Victor (Athletico)