Internação de Tite, funcionário operado e cilindros de oxigênio: a caótica viagem do Flamengo à Bolívia

O Flamengo voltou de La Paz com a classificação para as quartas da Libertadores, mas viveu momentos complicados desde que pousou na Bolívia, na quarta-feira. De Tite internado com arritmia até o chefe de cozinha Luis Felipe Bessa, que precisou passar por uma cirurgia de apêndice. Além disso, os atletas viveram no limite com os efeitos dos 3.640m de altitude.

Apesar da classificação, faltou fôlego para comemorar. O cenário piorou após a coletiva de imprensa de Tite, no início da madrugada desta sexta, quando o treinador relatou dor no peito, palpitação e dificuldade para respirar.

Os médicos examinaram Tite e detectaram frequência cardíaca elevada. Fernando Bassan, especialista em cardiologia, detectou arritmia. O treinador recebeu medicação venosa ainda no vestiário. A situação ficou sob controle, e o departamento médico se sentiu seguro para trazer o treinador monitorado no avião, medicado e com todo o suporte.

Bruno Henrique e Lampe depois de Bolivar x Flamengo — Foto: AIZAR RALDES / AFP

No desembarque no Rio, por volta das 6h30, o treinador caminhou lentamente e ainda meio atônito para o carro e seguiu para o hospital Copa Star, localizado na Zona Sul do Rio de Janeiro. Os médicos do Flamengo o acompanharam. Em contato com os médicos do hospital, o Flamengo organizou a chegada.

Tite realizou uma bateria de exames no início da manhã. O laudo acusou Fibrilação Atrial - um tipo de arritmia cardíaca -, e uma intervenção cirúrgica - chamada Ablação - foi colocada em questão. No entanto, os resultados do exame afastaram a necessidade de operação neste primeiro momento.

A arritmia está sendo revertida com os medicamentos, mas Tite permanecerá internado pelo menos nas próximas 24 horas para observação. O técnico está sendo monitorado e terá acompanhamento com exames nos próximos dias. Ainda não há previsão de alta, e a decisão será avaliada dia a dia.

Tite não foi o único a ter problemas de saúde na Bolívia. A delegação rubro-negra chegou a Santa Cruz de la Sierra na quarta-feira. No entanto, uma parte do staff desembarcou alguns dias antes para organizar a estadia no país. Foi o caso de Luis Felipe Bessa, chefe de cozinha responsável por toda a alimentação de atletas e funcionários.

Na quarta, pouco antes de o Flamengo chegar, o chefe de cozinha foi encaminhado para o hospital por causa de apendicite. Assim que a delegação desembarcou, o departamento médico se encaminhou para o hospital para acompanhar Luis Felipe, que precisou passar por cirurgia e ainda está internado em Santa Cruz de la Sierra. Fernando Bassan e Marcelo Soares eram os médicos presentes na viagem. A cirurgia ocorreu bem, e o chefe de cozinha deve retornar ao Brasil nos próximos dias.

Na quinta, o Flamengo subiu para La Paz e foi quando os atletas começaram a sentir os efeitos da altitude. A maioria dos jogadores utilizou cilindros de oxigênios. Náuseas, vômitos e dores de cabeça foram os principais sintomas relatados - alguns mais, outros menos. Rossi e De la Cruz estão entre os atletas que foram pouco afetados.

Bruno Henrique comemora classificação do Flamengo contra o Bolivar — Foto: AIZAR RALDES / AFP

Varela, Gerson, Léo Ortiz, Carlinhos, Pulgar, Luiz Araújo e Bruno Henrique foram os que mais precisaram de cuidados médicos nas horas em que o Flamengo esteve a 3.640m acima do nível do mar. Membros da delegação relataram "um cenário bizarro". Apesar das recentes viagens para La Paz nos últimos anos, essa foi a que a delegação rubro-negra mais sofreu com a altitude.

Assista: tudo sobre o Flamengo no ge, na Globo e no sportv

Fonte: Globo Esporte