O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello mudou de planos para tentar comparecer à sessão da CPI dos Incêndios da Alerj, que convocou dirigentes do clube para esclarecimentos nesta sexta-feira. A ideia é colocar frente a frente as famílias com os cartolas atuais e anteriores e tentar extrair novas informações.
Inicialmente, Bandeira alegava que não iria à sessão por não ter recebido a convocação da Alerj. Nesta sexta-feira, porém, ele contou ao GLOBO que, na noite de quinta, o Flamengo o enviou um e-mail com o chamado.
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— Resolvi cancelar meus compromissos e tentar antecipar o voo. Se der tempo, vou à Alerj — afirmou o ex-presidente rubro-negro.
Na véspera, quando Bandeira afirmara que não viria ao Rio de Janeiro, o deputado Alexandre Knoploch (PSL), presidente da comissão, informou que ele estaria sujeito a condução coercitiva:
— Bandeira diz que não foi notificado. Mas, se não vier, vamos por na condução coercitiva.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro indiciou por homicídio com dolo eventual o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello pelas dez mortes no incêndio do Ninho do Urubu, CT do clube, no dia 8 de fevereiro de 2019.
A reportagem apurou que o Ministério Público do Rio denunciará todos os envolvidos que tenham, de alguma forma, contribuído para que a tragédia acontecesse, o que pode alcançar do vigia da unidade até alguém do alto escalão do Flamengo.
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Além do ex-cartola, outras sete pessoas foram indiciadas pelo mesmo crime e de forma dolosa, quando se assume o risco de matar: o monitor Marcos Vinicius e os Engenheiros do clube Marcelo Sá e Felipe Ponde. Os engenheiros da NHJ Danilo Duarte, Weslley Giménes e Fábio Hilário e o técnico em refrigeração Edson Colman. Além das dez vítimas fatais entre 14 e 16 anos, mais três jogadores ficaram feridos.
Na investigação, assinada pelo delegado Márcio Petra, a polícia observou os envolvidos sabiam que o contêiner tinha diversas irregularidades estruturais e elétricas; a ausência de reparos dos aparelhos de ar condicionado instalados no contêiner; a ausência de monitor no interior do contêiner e a recusa de assinatura do TAC proposto pelo Ministério Público do Rio de Janeiro para que fosse regularizada a situação precária dos atletas da base do time.