Multicampeão nos últimos anos, o Flamengo define, em poucas horas, o seu destino na CONMEBOL Libertadores 2024. Depois de derrota no jogo de ida, por 1 a 0, no Maracanã, o time encara o Peñarol no Uruguai e tenta, com transmissão do Disney+ , a classificação para a semifinal do torneio.

Apesar de várias conquistas e ainda estar vivo em três frentes na atual temporada, o clube também tem alguns problemas. Quem acredita nisso é Raul Plassmann, considerado um dos maiores goleiros da história do Rubro-Negro e integrante do time campeão do mundo, em 1981.

De acordo com ele, que conversou com exclusividade com a ESPN diretamente dos Estados Unidos, a parte fora de campo tem mais atrapalhado do que ajudado.

"O Flamengo está bem na parte financeira, mas vejo um Flamengo muito mal administrado no lado do futebol. Se tem uma equipe capacitada e competente nas finanças, tem um time muito fraco para administrar o futebol. Não é uma crítica, mas um comentário de alguém que é do meio. As decisões tomadas foram erradas, e as consequências foram grandes, mesmo com algum sucesso, ganhou duas Libertadores. O time de 2019 era para ter sido campeão do mundo. Foram atitudes amadoras do time que dirige o futebol, o departamento é fraco. Não acompanha tudo que tem de bom no Flamengo, é uma pena. O time fora de campo é responsável pelo dentro, é ele quem diz quem vai estar dentro. É o único senão. O retrato do time em campo é o retrato do departamento de futebol que comanda. Time de altos e baixos, inseguro, faz um jogo bom, no outro dia, jogo ruim. Você pode me dizer: 'o time muda muito'. Não interessa. No futebol, por mais que você mude, o time tem um temperamento. Nós também mudávamos na nossa época, só jogamos com aquele time que foi campeão mundial três vezes. Mas o temperamento do time era um só. Uma coisa ou outra diferente, mas o clima era o mesmo. Esse time não, troca um jogador, e oscila muito."

Bicampeão da Libertadores, tetracampeão brasileiro e com inúmeros estaduais na carreira, Raul atuou em alto nível até o fim da carreira. Não à toa, aos 37, ele esteve cotado para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1982. Com toda essa experiência na posição de goleiro, ele não poupou críticas à metodologia adotada por Tite de revezar Rossi e Matheus Cunha, de acordo com a competição.

"Vou dizer uma coisa aqui: parece uma coisa... Não vou nem falar infantil, porque infantil tem seu timing, tem seu valor. Não quero depreciar. É inacreditável, inacreditável ele fazer um revezamento. Se fizesse com um motivo forte, é aceitável, mas você trocar um goleiro? Eu sei que você sabe, mas só para a gente lembrar: o cara que faz o gol é importantíssimo, pode levar ao título... Mas você também pode ser campeão mundial com um 0 a 0. O gol é importante ser defendido também. É mais importante defender do que marcar", encerrou.

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