O Flamengo começa o Brasileirão de 2024 entre os favoritos, mas com uma marca incômoda: não lidera a competição desde 2020, quando conquistou o oitavo título*. Já são 114 rodadas distante da primeira colocação e a missão para espantar o fantasma começa neste domingo, às 16h (de Brasília), contra o Atlético-GO no Serra Dourada.
Na última vez em que foi campeão, o Flamengo só assumiu a liderança na 37ª rodada do Brasileirão 2020. O clube, que vinha em uma arrancada com Rogério Ceni, venceu o Internacional de virada no Maracanã e assumiu a primeira colocação. Foi para a última rodada dependendo só de si para carimbar o título, mas não teve vida fácil.
A derrota para o São Paulo no Morumbi fez o Rubro-Negro ficar ligado no confronto entre Internacional e Corinthians. Os jogadores do Flamengo acompanharam pelos celulares os minutos finais do empate em Porto Alegre e explodiram ao serem informados do fim do jogo.
De lá para cá, o Flamengo não dormiu sequer uma rodada na liderança nas três temporadas. Em 2021, o Rubro-Negro terminou na segunda colocação e viu o Atlético-MG ser campeão com 13 pontos de diferença. Em 2022, ano em que conquistou a Copa do Brasil e a Libertadores, o Brasileirão ficou em segundo plano para o clube, que acabou na quinta posição.
Já em 2023, o Flamengo viu o Botafogo se distanciar na liderança com a melhor campanha da história no primeiro turno. No entanto, o rival caiu de produção e deixou o título em aberto. O Rubro-Negro chegou a sonhar com a taça, mas a derrota para o Atlético-MG na antepenúltima rodada praticamente o tirou da briga. O Palmeiras foi o campeão com 70 pontos enquanto o Fla ficou na quarta posição com 66.
O Flamengo terminou o Brasileirão de 2023 já com Tite no comando. O treinador chegou ao clube em outubro com a missão de classificar direto para a fase de grupos da Libertadores e pavimentar o trabalho para a temporada 2024. A missão foi concluída e, agora, o técnico é visto internamente como um ponto forte para a disputa da competição.
Mesmo sem ocupar a liderança há três anos, o Flamengo é o terceiro clube que mais conquistou pontos na competição desde aquela edição. De 2020 para cá, o Atlético-MG chegou aos 276 pontos, o Palmeiras somou 275, e o Rubro-Negro conseguiu 270. Curiosamente, o três sãos os últimos campeões do Brasileirão .
O assunto tomou conta do noticiários do Flamengo às vésperas do início do Brasileirão após a declaração de Tite depois da vitória por 2 a 0 sobre o Palestino na Libertadores.
- Eu não tenho a dimensão. Vamos sentar com a direção para estabelecer prioridades. É humanamente impossível trabalhar com competições de tamanha grandeza, e a equipe se repetindo quarta e domingo. Hoje entrou o Léo Ortiz, Fabrício estava com seis jogos seguidos, duas viagens. Nessa valorização do grupo, é importante que todos estejam preparados. Vamos precisar de todos.
Como disputa a Copa do Brasil e a Libertadores também, o Flamengo não descarta a necessidade de precisar priorizar determinada competição em função das análises da ciência (através da fisiologia e do departamento médico). Vice-presidente de futebol rubro-negro, Marcos Braz disse que a diretoria não interfere nas decisões da comissão técnica e afirmou que o fato de não desfrutar da liderança há mais de três anos já foi colocado na mesa nos bastidores com o elenco.
- Esse dado da última vez que o Flamengo foi líder a gente falou aqui dentro. É um dado muito importante e que nos preocupa: 2020 foi a última vez. Em relação a campeonato, você vai analisando e vendo o que é possível fazer para analisar o seu poder decisório. E isso não deverá ser feito sem a análise da parte da ciência e do dia a dia. Não posso falar hoje o que vai ser prioridade. Hoje o Flamengo não tem prioridade. Hoje é no sentido do que disputar ganhar. Não tem nada diferente do que o Tite falou, nada disso. Apenas é que a gente precisa de embasamento da ciência para ir tomando as decisões. É nesse sentido que o Tite falou. E aí ele vai conversar.
Depois de Jorge Jesus, o Flamengo foi comandado por outros oito treinadores (Domènec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior, Vitor Pereira, Jorge Sampaoli e Tite), além de dois interinos (Mauricio Souza e Mário Jorge). Em todos os jogos, a média de troca de titulares é superior a 4.
Dorival é quem tem a maior média de trocas no período em que ficou no comando. O treinador definiu dois times: o das Copas e o do Brasileirão. Foram 43 jogos e uma média de 6,88 mudanças. Logo na sequência aparece Vítor Pereira, com 6,65 nas 20 partidas disputadas, e Paulo Sousa com 5,22 em 32 compromissos.
*Obs: incluindo a Copa União de 1987, considerado o Brasileiro da época.
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