Grêmio x Flamengo: Nova derrota deixa briga pelo título para o top-3, mas rubro-negro também tem boas surpresas; leia análise

Com o apito final na derrota do Flamengo por 3 a 2 para o Grêmio , em Porto Alegre, o Brasileiro entrou num novo momento. Ao menos no que diz respeito à briga pelo título. A corrida, a partir de agora, ficou melhor delimitada. Tem Botafogo e Palmeiras como dois concorrentes dispostos a competir lado a lado até o fim, e o Fortaleza na figura de quem tenta não ficar para trás. Dali para baixo, o campeonato é outro.

A distância do líder Botafogo para o Flamengo passou a ser de 11 pontos. Isso a 11 rodadas do fim. O jogo a menos dos rubro-negros (contra o Internacional, ainda sem data) já não é capaz nem mesmo de fazê-los subir na tabela. Em quarto, com 45 pontos, o time está a sete do Fortaleza.

E o Flamengo só não deixou o G4 ontem porque o São Paulo perdeu para o Inter no Morumbis. Neste cenário, o discurso de David Luiz sobre não desistir da possibilidade do título torna-se pouco crível:

— Enquanto tiver oportunidade de brigar lá em cima a gente tem que brigar. Não tem que jogar nada para o alto. O futebol muda de uma forma muito rápida. O (campeonato do) ano passado mostrou isso. Se tivéssemos pontuado mais nas últimas rodadas do ano passado, a gente poderia ter conquistado o título. Então é lutar até o final.

O argumento do zagueiro esbarra numa questão. Ainda que o Botafogo repita o que ocorreu em 2023 e despenque no fim, o Flamengo já deu mostras de que não será ele a ocupar seu lugar na ponta. O time de Tite é apenas o 15º colocado no returno do Brasileiro, com oito pontos — apenas três a mais que Athletico e Cuiabá, as equipes de pior desempenho nesta segunda metade do campeonato.

Apesar do tropeço, nem tudo foi negativo para o Flamengo em Porto Alegre. A formação reserva armada por Tite deixou algumas boas impressões. A falta de entrosamento e a questionável expulsão de Carlinhos, aos 12 do segundo tempo, precisam entrar na análise do jogo.

— Vou ser curto e grosso. O Flamengo jogou, o Grêmio ganhou — resumiu Tite.

O destaque ficou do meio para a frente. Evertton Araújo, Alcaraz, Lorran e Matheus Gonçalves tiveram boa dinâmica e movimentação, ocupando os muitos espaços dados pelo Grêmio.

Matheus deu trabalho pela direita. Foi por ali que fez seu gol, o primeiro do Flamengo, aos 24 do primeiro tempo. Já Evertton apareceu bem como elemento surpresa na frente. E foi o responsável pela boa jogada individual que resultou no gol de Felipe Teresa, aos 44 da etapa final.

Os problemas foram Carlinhos e a defesa. Independentemente de sua expulsão ter sido polêmica, o centroavante já não fazia boa partida. Não conseguiu acompanhar a movimentação dos companheiros na frente e desperdiçou chances.

Já a defesa teve um primeiro tempo confortável, quando o Grêmio só levou perigo nos chutes de fora da área (o primeiro, de Cristaldo, saiu assim). Mas sofreu na volta do intervalo, a partir do momento em que os tricolores mudaram de postura. A dupla David Luiz e Cleiton não percebeu a aproximação por trás de Braithwaite, autor do segundo gol, e ainda deixou Diego Costa subir sozinho no centro da área para marcar o terceiro.

Ainda assim, a atuação foi suficiente para mostrar que Tite tem, sim, material para dar mais rotatividade ao elenco. Talvez, o Flamengo não chegasse a este momento da temporada com tantas baixas e desgaste.

Preservados para o jogo contra o Peñarol-URU, quinta, em Montevidéu, os titulares agora vão tentar salvar a permanência na Libertadores. E evitar que as duas principais competições escorram pelas mãos na mesma semana.

Fonte: O Globo