Após relatar ter sido vítima de racismo por parte do jogador Juan Pablo Ramírez, do Bahia , o meia Gerson também foi ao Instagram falar sobre o caso durante a vitória do Flamengo por 4 a 3 pelo Brasileirão neste domingo no Maracanã.

Em texto com o título "Amo minha raça e luto pela cor", o jogador afirmou que não vai se calar, chamou o ato de "nojento" e lamentou "a conivência de outras pessoas que estão dentro de campo e que minimizaram e diminuíram o peso do ato de hoje no Maracanã".

Na saída do gramado, Gerson afirmou que o técnico rival, Mano Menezes, minimizou a injúria e chamou de "malandragem".

O clube rubro-negro se posicionou ao lado do meio-campista e promete denunciar o ato no STJD.

Leia abaixo o texto postado por Gerson

O "cala boca, negro" é justamente o que não vai mais acontecer. Seguiremos lutando por igualdade e respeito no futebol - o que faltou hoje do lado contrário. Desde os meus 8 anos, quando iniciei minha trajetória no futebol, ouço, as vezes só por olhares, o “cala a boca, negro”. E eles não conseguiram. Não será agora.

"Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista". Não adianta ter o discurso, fazer campanha, e não colocar em prática em todos os aspectos da vida, inclusive dentro de campo. O futebol não é algo fora da sociedade e um ambiente onde barbaridades como o “cala a boca, negro” podem ser aceitas.

É uma pena nós, negros, termos que falar sobre isso semanalmente e nenhuma atitude no esporte ser tomada a respeito. E é mais triste ainda ver a conivência de outras pessoas que estão dentro de campo e que minimizaram e diminuíram o peso do ato de hoje no Maracanã. É nojento conviver com o racismo e ainda mais com os que minimizam esse crime.

Não vou "calar a minha boca". A minha luta, a luta dos negros, não vai parar. E repito: é chato sempre termos que falar sobre racismo e nada ser feito pelas autoridades.

Racismo é crime. E deve ser tratado desta maneira em todos os ambientes, inclusive no futebol.

Não me calaram na vida, não me calaram em campo e jamais vão diminuir a nossa cor.