Gabigol vibra com carinho no Flamengo e não liga de incomodar rivais: "Tomara que sim"

Um dos principais responsáveis pela classificação do Flamengo para as quartas de final da Libertadores, Gabriel marcou dois gols na vitória sobre o Emelec e chegou à marca de 22 no ano. Além da produtividade em campo, o atacante criou uma grande identificação com a torcida, que o tomou como ídolo.

Se os rubro-negros amam o estilo debochado, as comemorações criativas e a garra dentro de campo, os adversários costumam olhar torto para Gabigol. Nenhum problema para ele.

- Tomara que sim. Se eu incomodo, acho que é porque faço alguma coisa de bom - afirmou.

Em entrevista ao Esporte Espetacular deste domingo, Gabigol falou sobre como o Flamengo entrou em sua vida e disse não saber o que vai acontecer quando seu empréstimo terminar no fim deste ano. Ele tem mais dois anos de contrato com a Inter de Milão.

- Eu sempre quis jogar no Flamengo. Sempre falei isso aos meus amigos mais próximos. Acho que me pareço com os flamenguistas. Não quero nem pensar nisso (fim do contrato com o Flamengo).

Suspenso e com uma lesão na coxa esquerda, o atacante desfalca o Flamengo na partida contra o Bahia, neste domingo, às 16h, em Salvador.

Outros trechos do papo com Gabigol:

Os jogadores do Athletico Paranaense imitaram sua comemoração após eliminarem o Flamengo na Copa do Brasil. Você acha que incomoda os rivais?

- Tomara que sim. Eu não entendi muito bem a reação deles (jogadores do Athletico) porque sempre fiz essa comemoração para glorificar a Deus e agradecer toda força que me dá todos os dias para levantar, vir ao Flamengo, estar com meus pais, meus amigos e pela força que me dá nos momentos difíceis. Essa comemoração acaba irritando as pessoas, mas levei na boa o que eles fizeram. Todos têm o direito de comemorar. Eu aceito brincadeiras. Se eu incomodo, acho que é porque faço alguma coisa de bom.

Gabigol comemora a classificação na Libertadores — Foto: André Durão

Gabigol comemora a classificação na Libertadores — Foto: André Durão

Identificação com a torcida do Flamengo

- Eu sempre quis jogar no Flamengo. Sempre falei isso aos meus amigos mais próximos. Minha estreia profissional, com 16 anos, foi contra o Flamengo, em Brasília, com o estádio muito cheio. Foi muito diferente. Quando eu jogava aqui pelo Santos eles já gritavam que eu jogaria aqui, talvez pelo meu jeito meio maluco dentro de campo, ou pela minha doação nos jogos. Isso acho que ajudou bastante. Obviamente que os gols ajudaram também. Acho que me pareço com os flamenguistas.

Seguir no Flamengo em 2020?

- Não quero nem pensar nisso (fim do contrato com o Flamengo). Não depende muito de mim. Muitas pessoas no Santos me criticaram muito por sair de lá, mas não houve nem proposta. Acabou o contrato. Tenho mais dois anos de contrato com a Inter, renovei para vir para o Flamengo. Com as coisas que venho fazendo, devem estar vendo lá. Mas não é muito comigo. Quero curtir esse momento no Flamengo, que está sendo muito bom.

- O Flamengo e o Santos são os times que mais me identifiquei. Pela cidade, pela torcida, pelos jogadores... A torcida do Flamengo é muito exigente, nas músicas não pede a América, pede o mundo. Isso faz parecer muito comigo essa vontade de vencer. Já gostava muito do Flamengo, e hoje me sinto flamenguista. Mas sou muito novo, e ainda tenho chance de voltar para Europa e jogar normalmente.

Seleção brasileira

- É meu objetivo. Tenho 22 anos ainda, sou muito jovem. Quem tem sonhos, precisa ir atrás. Fui convocado pelo Tite uma vez depois das Olimpíadas.

Número grande de cartões (10 amarelos e 1 vermelho em 2019). Destempero?

- Destemperado acho que não sou. Levo cartões, faz parte do jogo. Nunca por falta grave, segurar a bola, fazer cera... nunca fui desleal. É meu jeito de ser, de querer as coisas corretas. Às vezes o juiz erra e eu sei que estou certo e vou falar. Não adianta. É uma forma de eu entrar no jogo também, de soltar o que tem dentro de mim para quando pegar a bola estar mais tranquilo. Mas é óbvio que tenho que diminuir.

- Fizemos uma aposta com o pessoal aqui. Agora estou suspenso contra o Bahia, e disse que vou tentar não tomar mais cartões no Brasileiro. Sei que é difícil... O único que eu tomei em uma jogada mais dura foi contra o Peñarol. Acho que era para amarelo. Foi forte, mas nesses dias vimos o cara dar uma entrada criminosa no Diego e nem levar o amarelo. É mais questão de saber conduzir. Quase todos os jogos do Flamengo são quentes, com os jogadores com a emoção à flor da pele.

Missão de repetir as conquistas do Fla em 1981

- Ainda faltam cinco jogos na Libertadores. Estamos perto, mas há outros grandes clubes na competição, e futebol não é uma coisa exata. Nem sempre o melhor vence. Você pode treinar, se dedicar, e o adversário chegar no jogo, chutar uma bola, ela desviar e entrar. Nós fazemos de tudo para vencer e colocar o Flamengo no lugar mais alto. É o nosso sonho.

- O Flamengo já teve outros grandes times. Estamos conseguindo brigar por títulos. Uma hora vai vencer. Temos que estar sempre nos jogos grandes. O melhor desse elenco, que é o melhor que já joguei, é que todos fazem tudo o que tem que fazer dentro e fora de campo. O que está a nosso alcance, vamos fazer.

Gabigol é entrevistado por Bárbara Coelho para o Esporte Espetacular — Foto: Fred Huber

Gabigol é entrevistado por Bárbara Coelho para o Esporte Espetacular — Foto: Fred Huber

Passagem de poucos jogos e apenas dois gols em jogos oficiais na Europa (um pela Inter e um pelo Benfica)

- Me foram dados poucos minutos. Eu fiz o gol mais rápido do que o Neymar e termos de minutagem, mas o meu só saiu depois de três, quatro meses. Não tive muitas oportunidades. Quando tive, acho que fui bem. Fui para um grande clube, a Inter de Milão, mas o time não estava indo muito bem. Troca de técnico, diretoria... Eu precisava de sequência, de jogar. Não ter a confiança do treinador influenciou muito.

Melhor rendimento com Jorge Jesus (8 gols em 7 jogos)

- Ele tem me facilitado muito em campo. Posso jogar em quase todas as posições no ataque, mas nessa acho que me encaixo melhor pela liberdade de me movimentar e pegar a bola. Quase trabalhamos juntos no Sporting, mas acabei indo para o Benfica. O mister tem feito coisas grandes no Flamengo e tem me ajudado.

Vida no Rio de Janeiro

- Estou feliz. Me encaixei bem aqui. Não era uma cidade que eu vinha tanto quando jogava no Santos, mas tem sido bem legal. Me sinto um pouco carioca já.

Namorando ou solteiro?

- Não me complica (risos). Tem uma pessoa especial para mim sim, que balança. Me conhece desde muito jovem. Não posso falar muito. Nem precisa falar o nome. Já falam bastante (risos).

Fonte: Globo Esporte
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